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31/Jul/2025

Chanceler do Brasil consegue abrir diálogo com EUA

O chanceler Mauro Vieira se encontrou nesta quarta-feira (30/07) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington. Durante a conversa, o ministro de Relações Exteriores do Brasil teria dito a sua contraparte norte-americana que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aberto para debater o lado comercial, mas separando a questão da soberania do País. Na ocasião, ele ainda teria lamentado a aplicação da lei Magnitsky ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes. Vieira e Rubio também conversaram para manter o canal de negociações aberto, considerando a relação de 200 anos do Brasil com os Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há possibilidade de uma nova conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, quando ele regressar da Europa.

Em maio, o ministro da Fazenda esteve reunido com Bessent em Los Angeles, na Califórnia, para tratar das relações econômicas bilaterais entre os dois países. O vice-presidente da República Geraldo Alckmin tem reiterado que o foco do governo, em relação ao tarifaço, é na negociação, e que um plano de contingência só será publicado após o prazo de 1º de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista ao jornal The New York Times, que pediu para entrar em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar o tarifaço, mas não tem sido ouvido, pois 'ninguém quer conversar'. Segundo ele, o assunto está sendo tratado com “seriedade” pelas autoridades locais, mas não com “subserviência”. Lula ressaltou que o Brasil não vai negociar com os Estados Unidos como se fosse um país pequeno contra um país grande.

Ele também afirmou que se os Estados Unidos não quiserem comprar os produtos brasileiros, será preciso procurar outros mercados e salientou a boa relação com a China. O presidente também defendeu o Supremo Tribunal Federal brasileiro. Disse que a “Suprema Corte de um país tem que ser respeitada não só pelo seu país, mas pelo mundo”. Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, há uma tentativa do Executivo, junto com o Legislativo e o setor privado, de diálogo com os Estados Unidos. Ela ponderou que há um viés complicador nas conversas entre Brasil e Estados Unidos, que é a mistura da questão econômica com a política e ideológica. Isso torna ainda mais complexo o processo de negociação, porque está exigindo que o governo brasileiro explique que o que está sendo vendido para os secretários norte-americanos e para o próprio presidente Donald Trump não é verdade.

“Estão vendendo uma mentira em relação ao Brasil”, ressaltou. A ministra enfatizou que o governo brasileiro entende que não deve haver retaliação às tarifas norte-americanas. Adicionalmente, Tebet repetiu que a reação do Executivo será voltada à proteção dos setores produtivos impactados pela taxação. Haverá medidas de contingência que, neste momento, não passam por uma retaliação tarifária. O governo tem consciência de que temos que proteger a economia brasileira. De acordo com a ministra, o Brasil precisa tanto da parceria comercial com os Estados Unidos quanto com o Brics, destacando que cerca de 50% das exportações brasileiras são voltadas para a Ásia. Tebet afirmou ainda que os bancos públicos, como o BNDES e o Banco do Brasil, estarão envolvidos na ajuda aos setores afetados pela taxação de 50% do governo norte-americano e que não necessariamente isso aparecerá no fiscal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.