31/Jul/2025
Segundo o Santander Brasil, a contração na carteira de crédito ao agronegócio no banco reflete os desafios do setor, mas isso não significa que o banco está dando um passo atrás nessa linha. A carteira de crédito rural do Santander fechou o segundo trimestre 16,9% abaixo do mesmo intervalo do ano passado, para R$ 9,88 bilhões, enquanto em base trimestral, a contração foi de queda de 4,9%. A carteira especialmente de grãos sofreu do impacto da desvalorização do Real, apesar de suavizado este ano em relação ao ano passado, acabou elevando os pedidos de recuperação judicial entre grandes clientes no setor. Muito das carteiras de agro têm garantias, mas a execução leva tempo. O vale dos pedidos de recuperação judicial ainda está acontecendo, mas segue em patamar elevado em relação há três anos. Possivelmente, 2026 será um ano relevante de recuperações. Apesar dos desafios em grãos, outras commodities tem desempenhado bem, citando açúcar, cacau, café.
O banco continua trabalhando nesses subprodutos, não está distante dos clientes de grãos e vai retomar em algum ponto. A ideia é voltar a crescer a carteira de agro a partir de 2026. A carteira de agronegócio do banco cresceu bastante de 2021 até 2024. Em 2024, o agro chegou a quase 10% da carteira de crédito do Santander, mas foi perdendo espaço. O que aconteceu foi uma deterioração quase generalizada em algumas commodities que são relevantes, como soja, grãos, milho. Desde o ano passado, vem acontecendo um desbalanceamento entre receitas e despesas no setor de agro: a receita da commodity em Real cai, e os custos dos insumos ficaram mais altos. Nesse ambiente, os produtores tiveram problemas de margem e passaram por períodos difíceis. Há uma escalada na judicialização acontecendo desde o ano passado. O problema é mais forte nas pessoas físicas ligadas ao agro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.