30/Jul/2025
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, revelou nesta terça-feira (29/07) que alguns produtos que não são fabricados internamente, como manga, cacau, café e abacaxi, poderão ter isenção de tarifas. Os Estados Unidos não produzem esses produtos. Então, poderiam entrar com tarifa zero, afirmou. Ele também informou que o presidente Donald Trump deve tomar decisões relevantes sobre acordos comerciais ainda esta semana, com prazos estabelecidos para o restante do mundo até a próxima sexta-feira (1º/08). O Brasil, por sua vez, pode enfrentar uma tarifa de 50%, o que pode impactar significativamente as exportações brasileiras.
O governo brasileiro avalia pedir aos Estados Unidos a exclusão de alimentos do tarifaço de 50% sobre produtos importados nacionais, relatam fontes que acompanham as tratativas. O tema está na mesa entre os pleitos e propostas a serem apresentadas pelo Brasil ao governo norte-americano. Mas, o foco neste momento é esgotar as negociações com as contrapartes norte-americanas até o dia 31 de julho quanto ao possível adiamento da alíquota e tentativas de reversão da taxa. A tarifa está prevista para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, mas ainda depende de publicação de Ato Executivo da Presidência dos Estados Unidos. Interlocutores avaliam que as tratativas bilaterais se encontram ainda em uma primeira fase de buscar entendimento quanto à data de entrada em vigor da tarifa e até mesmo quanto ao percentual, alegando o superávit comercial dos Estados Unidos com o Brasil.
Caso o tarifaço entre em vigor, contrapropostas como a exclusão dos alimentos da alíquota, negociação de cotas isentas da sobretaxa para determinados produtos e contrapartidas brasileiras podem ser apresentadas ao governo norte-americano, mas em uma segunda etapa. Negociação específica de setores deve surgir apenas se a reversão das tarifas não prosperar, como tentativa de minimizar os impactos ao setor exportador, sobretudo às cadeias mais afetadas como carne bovina, café, suco de laranja, frutas e pescados. As negociações com os Estados Unidos vêm sendo conduzidas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)), Geraldo Alckmin, que tem conversado com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. O diálogo ganhou tração ao longo dos últimos dias e o governo ainda "não jogou a toalha" da tentativa de reversão da tarifa.
O pedido de exclusão dos alimentos do tarifaço foi apresentado pelo setor produtivo ao governo em reunião do setor agropecuário no âmbito do comitê interministerial que discute a reação do governo brasileiro ao tarifaço dos Estados Unidos. Ao fazer o pleito, os exportadores alegaram que o comércio de alimentos e produtos agropecuários representam a segurança alimentar. Representante de um setor exportador lembra que este movimento ocorre em paralelo nos Estados Unidos com a indústria processadora e importadora de produtos agropecuários do Brasil pedindo a exclusão dos alimentos da tarifa, caso da National Coffee Association (NCA). Nesta terça-feira (29/07), o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reconheceu que o país pode reconsiderar e isentar bens incapazes de serem cultivados em solo norte-americano, como café, cacau e outros recursos naturais. Ele não citou o Brasil especificamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.