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30/Jul/2025

Brasil busca negociação geral em torno das tarifas

A assessoria do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, negou que o governo esteja negociando com o governo dos Estados Unidos a exclusão de alguns setores do tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O foco do governo continua na negociação geral em torno da tarifa de 50% anunciada por Trump, e não na exclusão de setores específicos, como alimentos e a Embraer. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceita falar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço contra produtos brasileiros, mas só se o republicano atender "pessoalmente" à ligação. O Planalto segue pessimista e avalia que a Casa Branca só abrirá negociação após as tarifas entrarem em vigor, em 1º de agosto, para ganhar poder de barganha. Os canais formais estão fechados e contatos com Departamento de Comércio e Tesouro não evoluíram. Um assessor de Lula afirmou que "a soberania não é negociável" e rechaçou pressão sobre Supremo Tribunal Federal (STF) ou Pix, sistema que, segundo o governo, causa desconforto em empresas dos Estados Unidos.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (29/07), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só buscará uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando houver abertura para isso. Ela reforçou que Trump "disse que não quer conversar agora" e que a conversa entre dois chefes de Estado exige uma preparação prévia. Segundo ela, Lula "nunca ficou indisposto" para conversar, mas aguarda que os Estados Unidos deem abertura para esse tipo de diálogo. Geraldo Alckmin avaliou como "importante" a consolidação de um plano de contingência. Segundo Alckmin, o governo brasileiro encaminhou aos Estados Unidos, por meio de uma carta de caráter confidencial, explicações sobre pontos comerciais entre os dois países. Sem citar o Brasil, o presidente dos Estados Unidos disse que as tarifas com a maior parte dos países ficariam no intervalo de 15% a 20%. O acordo fechado com a União Europeia, sob críticas internas no bloco, prevê o patamar de 15% nas vendas dos europeus para os Estados Unidos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29/07) que a data prevista para que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros (1º/08) não é o ponto mais importante sobre o tema. O ministro relatou ter ouvido de empresários que está havendo maior abertura por parte de autoridades norte-americanas para debater as tarifas. Ele afirmou, ainda, que o dia 1º de agosto não é uma data "fatídica", porque pode ser alterada. Além disso, as medidas podem ser revertidas por meio de negociações. O foco do governo é obter resposta das autoridades norte-americanas sobre as duas cartas já enviadas. Sobre uma possível ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente norte-americano, Donald Trump, Haddad disse que os canais de comunicação com o governo brasileiro "estão abertos." No entanto, ele ponderou que é necessário seguir um protocolo internacional, para que o Brasil "se coloque dignamente à mesa". "Tem de haver uma preparação antes, para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam respeitados à mesa de negociação", acrescentou, aproveitando para acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro de ter sido o "mais subserviente".

Haddad afirmou que está "muito confiante" de que o plano de contingência desenhado pelo governo por causa das tarifas vai servir para cuidar das empresas e trabalhadores do Brasil. Indagado sobre a possibilidade de um programa para manter empregos, nos moldes de ações adotadas durante a pandemia, ele afirmou que é uma possibilidade. Entre os vários cenários, há um que estabelece esse tipo de ação. Mas, não se sabe qual é o cenário que o presidente vai optar. Haddad acrescentou que o "ponto de vista" do governo brasileiro está ficando mais claro em relação ao tema das tarifas. Ele acrescentou que não se pode deixar que "temas alheios ao governo brasileiro" sejam motivo para recrudescimento de tensões, e destacou o esforço do vice-presidente Geraldo Alckmin nas negociações. Fontes: Folha de São Paulo, G1 e Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.