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30/Jul/2025

Exportadores correm para escapar de tarifas dos EUA

Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros, em 1º de agosto, poucos exportadores ainda podem contar com o tempo para tentar escapar da sobretaxa. Especialistas em comércio exterior e empresários do setor de trading afirmam que o grosso das vendas brasileiras leva, em média, mais de 20 dias para chegar aos Estados Unidos. Os produtos são taxados quando apresentados nas alfândegas com um formulário de importação contendo detalhes sobre sua origem, similar à declaração alfandegária para a entrada de pessoas físicas nos Estados Unidos. A única forma de itens que ainda não deixaram o Brasil escaparem da cobrança nesta semana seria por meio de transporte aéreo, utilizado apenas para exportações de alto valor agregado (de tecnologia, artigos de luxo ou metais preciosos), de menor volume ou nos casos de vendas de aeronaves, em que o próprio meio de transporte é vendido.

No entanto, no primeiro semestre deste ano foram por via aérea para os Estados Unidos apenas 12,2% das exportações brasileiras, o equivalente a US$ 2,4 bilhões do total de US$ 20 bilhões vendidos. A maioria das vendas trafegou por transporte marítimo, contabilizando US$ 17,3 bilhões, ou 86,6% do total, segundo a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). Os principais pontos de saída do Brasil são os portos de Santos (33,6% das exportações para os Estados Unidos no primeiro semestre); Itaguaí (9%); Rio de Janeiro (7,8%); Vitória (7,6%); e São Francisco do Sul (4,4%). Deles, saem produtos como minérios, aço, petróleo, calçados e sucos. Apenas na sexta posição aparece o Aeroporto de Guarulhos. O tempo de transporte das exportações brasileiras por via naval varia entre 15 e 35 dias, dependendo dos portos de origem e de chegada. Mas, como atualmente a maior parte das mercadorias para os Estados Unidos vai para a Costa Leste, eles levam, em média, de 20 a 25 dias, segundo a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Com o anúncio do tarifaço, várias empresas com mercadorias a serem vendidas estão segurando as exportações, porque, uma vez que a tarifa entre em vigor, imediatamente se passa a pagar a taxa no momento de internalização do produto. O período é de risco para esses embarques. Produtos como o aço, que, com o ferro, é o segundo item na pauta exportadora para os Estados Unidos, costumam ser levados para o centro-norte do país, como a cidade de Detroit, polo automotivo norte-americano. Dessa forma, entram no território norte-americano principalmente pelo Porto de Nova York. Já produtos agrícolas, como o suco de laranja, vão principalmente para a Flórida, no Porto de Miami. A empresa de importações e exportações Target Trading estima um período médio de 18 a 25 dias para o trânsito dos produtos brasileiros aos principais portos de destino na Costa Leste dos Estados Unidos: Nova York, Miami, Savannah (na Geórgia) e Houston (no Texas), que recebem os navios por meio de um canal vindo do Golfo do México.

Produtos voltados para o mercado consumidor próximo da Costa Oeste norte-americana chegam principalmente por Los Angeles, e, neste caso, o período de trânsito costuma ficar entre 25 e 30 dias, eventualmente levando até 35 dias. Há cargas já embarcadas em trânsito. Dependendo de quando foi o embarque, elas podem chegar antes de as tarifas entrarem em vigor. Para as que chegarem depois, a solução deve ser torcer para um adiamento das tarifas ou recorrer a armazéns alfandegados. Esses armazéns ficam antes das alfândegas e podem, segundo a regulação, estocar cargas por um período de até cinco anos. Esses armazéns servem para segurar a carga antes da apresentação dos formulários, e serão muito utilizados até uma possível resolução do caso das tarifas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.