29/Jul/2025
A previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para agosto aponta um cenário de risco elevado para culturas agrícolas e pastagens em regiões estratégicas do agronegócio brasileiro. Apesar da expectativa de chuvas dentro ou ligeiramente acima da média em grande parte do território, o tempo seco na Região Centro-Oeste e em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), combinado com temperaturas até 2°C acima da média histórica, tende a acentuar o estresse hídrico. Os maiores volumes de chuva devem se concentrar no litoral da Região Nordeste, no oeste da Região Sul e em áreas pontuais da Região Norte, como o noroeste do Amazonas e do Pará.
Em contrapartida, o centro do País terá precipitações escassas, padrão comum para esta época do ano, mas agravado neste ciclo por uma onda de calor persistente. As temperaturas médias devem superar os 30°C em áreas do sudeste do Pará e de Mato Grosso, com destaque também para o centro-oeste de Mato Grosso do Sul e a região do Matopiba. Esse aumento térmico pressiona o consumo hídrico das culturas em desenvolvimento e reduz a oferta de forragem nas pastagens. Na Região Norte, o impacto será sentido sobretudo nas pastagens e culturas permanentes do sudoeste do Pará, onde a reposição hídrica deve ser insuficiente para compensar as perdas por evapotranspiração.
O mesmo vale para áreas menos irrigadas do Matopiba, onde o milho e o feijão de terceira safra entram em estágios críticos de desenvolvimento. Na Região Nordeste, as chuvas acima da média no litoral de Bahia, Sergipe, Pernambuco e Paraíba podem favorecer a finalização da safra de grãos, mas não compensam a tendência mais seca no interior da região. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o tempo firme deve beneficiar o fim da colheita de milho 2ª safra de 2025 e algodão, além das operações em canaviais e cafezais. No entanto, o calor e a baixa umidade do ar elevam o risco de perda de produtividade em lavouras que ainda estão em fase de floração e enchimento de grãos.
O Inmet também alerta para os efeitos do frio no Sul do Brasil. A entrada de massas de ar polar pode provocar geadas em áreas serranas, com potencial de danos em hortaliças e frutíferas. As baixas temperaturas devem atrasar a maturação do milho e, junto com as chuvas previstas acima da média no oeste do Rio Grande do Sul e Paraná, podem dificultar o ritmo da semeadura das culturas de inverno. Solos com baixa capacidade de infiltração e drenagem podem ter comprometido o estabelecimento inicial de trigo, aveia, cevada e canola. Apesar dos desafios, a umidade do solo tende a se manter adequada para o desenvolvimento das culturas de inverno na maior parte da Região Sul. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.