29/Jul/2025
Os negociadores brasileiros estão abertos a discutir com o governo norte-americano o tema dos minerais críticos em solo brasileiro dentro do contexto do tarifaço a ser aplicado pelos Estados Unidos ao Brasil. Segundo anúncio do presidente norte-americano Donald Trump, a sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros, a maior anunciada pelos Estados Unidos a países até o momento, começará a valer na sexta-feira, 1º de agosto. Um interlocutor do governo sustentou que este não é um assunto novo e sempre foi debatido pelo governo brasileiro com os Estados Unidos. O tema foi introduzido pelo encarregado de negócios da Embaixada Americana no Brasil, Gabriel Escobar, que se reuniu na semana passada com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em Brasília.
Ele demonstrou interesse na Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos em preparação pelo governo brasileiro, bem como em iniciativas parlamentares nesse mesmo contexto. O governo Lula discute lançar uma política nacional voltada à atração de investimentos em minerais críticos antes da COP30, em Belém (PA), em novembro. Um dos eixos discutidos é a emissão de debêntures incentivadas no setor minerário. A avaliação é de que o encarregado de negócios buscou nesse tema uma linha para achar uma saída ao tarifaço, e que esta seria mais uma leitura dele como um ponto estratégico do que algo que venha da Casa Branca.
Questionado sobre possíveis negociações com os Estados Unidos envolvendo minerais críticos brasileiros, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou, na semana passada, que a pauta de mineração "é muito longa e pode ser explorada e avançada". Ele evitou, porém, cravar qualquer cenário de negociação sobre o tema. "Trata-se de outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos mais de 20%, o que mostra, de novo, enorme superávit na balança comercial do lado dos Estados Unidos, destacou Alckmin. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.