25/Jul/2025
Segundo a Fitch Ratings, a ameaça de tarifa de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá impacto limitado nos perfis de crédito das empresas brasileiras. A classificadora avalia que as empresas nacionais manterão métricas de crédito estáveis este ano, apesar das altas taxas de juros. A força de crédito deve ser apoiada por fatores como um mercado de trabalho apertado, uma forte colheita agrícola e fundamentos favoráveis de commodities. As exportações para os Estados Unidos representam um percentual baixo do valor total das exportações do Brasil. A maioria das vendas para os Estados Unidos são commodities, para as quais é mais fácil encontrar mercados alternativos.
Todas, exceto quatro empresas brasileiras classificadas pela classificadora, têm 10% ou menos de exposição de receita ao comércio bilateral. A Embraer, que tem classificação BBB-/Estável, deve derivar cerca de 35% das receitas dos Estados Unidos, excluindo o conteúdo local do país, e pode enfrentar maior risco se as tarifas entrarem em vigor. O fornecimento global apertado de aeronaves e possíveis isenções tarifárias específicas do setor, apoiadas por um longo histórico de acordos tarifários zero para zero, compensam parcialmente esses riscos. Outras empresas que também têm alguma exposição de receita aos Estados Unidos são as produtoras de celulose e papel Eldorado Brasil Celulose (BB/Estável) e Suzano (BBB-/Positivo) e a empresa de petróleo e gás PRIO (BB/Observação positiva).
A agência também chama a atenção para as companhias que têm uma presença substancial de produção nos Estados Unidos, o que mitiga o risco tarifário. São elas JBS (classificação BBB-/Estável), Marfrig (BB+/Estável) e Gerdau (BBB/Estável). Contudo, o principal desafio para as empresas na visão do Fitch são as altas taxas de juros, e não a imposição tarifária dos Estados Unidos. A Fitch também espera que as métricas de crédito para as empresas classificadas permaneçam amplamente estáveis, apoiadas por uma alocação de capital mais conservadora. Isso porque as elas reduziram investimentos e cortaram dividendos em resposta aos altos custos de capital. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.