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25/Jul/2025

Cúpula China-UE: discussão sobre relação bilateral

Líderes europeus exigiram um relacionamento mais equilibrado com a China em uma cúpula com o presidente Xi Jinping em Pequim nesta quinta-feira (24/07). Com as declarações iniciais focadas no comércio, eles pediram por progressos concretos para abordar o crescente déficit comercial da Europa com a China. “À medida que nossa cooperação se aprofundou, também se aprofundaram os desequilíbrios”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Chegamos a um ponto de inflexão. Reequilibrar nossa relação bilateral é essencial. Porque, para ser sustentável, as relações precisam ser mutuamente benéficas.” O encontro entre representantes europeus e chineses ocorre em meio à incerteza financeira global, às guerras no Oriente Médio e na Ucrânia e à ameaça de tarifas dos Estados Unidos.

Ursula von der Leyen, afirmou que teve uma "reunião excelente" com o presidente da China, Xi Jinping, nesta quinta-feira (24/07), em Pequim. Os líderes se encontraram na abertura da cúpula que comemora 50 anos das relações bilaterais. Contudo, von der Leyen defendeu que é preciso aumentar o acesso de mercado para empresas europeias na China, limitar o impacto externo da capacidade produtiva excessiva e reduzir o controle de exportações. A preferência é sempre ter diálogos e encontrar boas soluções negociadas. A presidente da Comissão Europeia revelou que os líderes também conversaram sobre a cooperação climática e tiveram um "diálogo intenso" sobre como usar melhor os sistemas de comércio de emissões, promover a economia circular e trabalhar juntos para formar uma COP30 de sucesso no Brasil. Von der Leyen afirmou que "há muito" o que a União Europeia e a China podem realizar juntos ao entender as preocupações e interesses mútuos, destacando a importância das duas economias para a estabilidade global.

"Queremos uma relação benéfica para ambos os lados", reiterou. Von der Leyen reafirmou que a União Europeia está "em um ponto de inflexão" em sua relação comercial com a China e que o acesso aos mercados chineses é uma "questão fundamental" para empresas europeias. A presidente da Comissão Europeia defendeu que o bloco precisa de um "fornecimento confiável" de minerais essenciais chineses, além da "influência" da potência asiática para levar a Rússia a aceitar o cessar-fogo na Ucrânia. O presidente da China, Xi Jinping, afirmou que a interdependência nas relações com a União Europeia não é um risco ao considerar a "história e a realidade" das relações bilaterais. "E interesses convergentes não são uma ameaça", acrescentou o líder chinês. Xi Jinping argumentou que ampliar a competitividade não deve depender da construção de barreiras, afastamento ou danos a cadeias de oferta. "Isso só resultará em auto-isolamento", afirmou.

O presidente chinês defendeu que "reduzir a dependência" não deve levar à redução da cooperação China-União Europeia e que é possível alcançar um equilíbrio dinâmico por meio do desenvolvimento, abertura e gerenciamento apropriado das diferenças de uma maneira "mutuamente benéfica e complementar", sem prejudicar a cooperação bilateral. "O desenvolvimento de alta qualidade da China e a abertura vão oferecer novas oportunidade e potenciais para a cooperação sino-europeia", afirmou Xi, pedindo que ambos os lados impulsionem investimentos e fortaleçam parceria verde e digital. "Esperamos que a União Europeia possa continuar aberta no comércio e mercado de investimentos, evitando ferramentas restritivas e promovendo um ambiente de negócios saudável para empresas chinesas investirem e operarem", afirmou Xi.

Para a Eurasia, a relutância da China em mudar sua postura sobre algumas questões sugere que a cooperação entre o país asiático e a União Europeia permanecerá amplamente restrita a questões ambientais. Entre as questões divergentes, a União Europeia enfatizou a necessidade de resolver os desequilíbrios comerciais e instou a China a usar sua influência sobre a Rússia para ajudar a resolver o conflito na Ucrânia, temas que despertam a discordância dos chineses. A recente cúpula destacou os desafios contínuos na relação bilateral, particularmente em relação ao comércio e questões. Ambas as partes mantiveram suas posições estabelecidas em questões críticas, o que ressalta os obstáculos estruturais profundos para melhorar seu relacionamento.

Em resposta à falta de progresso, a União Europeia provavelmente implementará medidas de defesa comercial adicionais contra as exportações chinesas e imporá sanções à China por seu apoio percebido à Rússia na guerra na Ucrânia. A Comissão Europeia continuará aplicando tarifas antidumping às exportações chinesas, a menos que haja avanços em questões como excesso de capacidade, condições equitativas de mercado e acesso ao mercado. Novas investigações sob o Regulamento de Subsídios Estrangeiros da União Europeia, que poderiam dificultar investimentos chineses e a participação em licitações públicas europeias, indicariam uma postura ainda mais agressiva contra China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.