24/Jul/2025
O acordo comercial dos Estados Unidos com o Japão e a perspectiva de entendimento com a União Europeia abriram espaço para a queda do dólar ante outras divisas nesta quarta-feira (23/07), incluindo o Real, ainda que o Brasil siga com dificuldades para encontrar caminhos para negociar com os norte-americanos. O dólar fechou com baixa de 0,78%, a R$ 5,52, no menor valor de fechamento desde os R$ 5,50 de 9 de julho, dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a tarifa de 50% para os produtos brasileiros, elevando a pressão no mercado de câmbio. No ano, a divisa acumula baixa de 10,60%. Na terça-feira (22/07), os Estados Unidos fecharam um acordo comercial com o Japão que reduz as tarifas sobre as importações de automóveis e poupa o Japão de novos impostos sobre outros produtos, em troca de um pacote de US$ 550 bilhões em investimentos e empréstimos aos norte-americanos.
O acordo dos Estados Unidos com o Japão e a perspectiva de um entendimento comercial também com a União Europeia, que resultaria em uma tarifa de 15% sobre os produtos europeus, animaram os mercados ao redor do mundo. Os índices de ações subiram, o dólar recuou ante a maior parte das divisas e os rendimentos dos Treasuries avançaram, com investidores vendendo títulos e buscando ativos de maior risco, como moedas de países emergentes. Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$ 5,57 (+0,21%), ainda na primeira meia hora da sessão, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,51 (-0,93%). Segundo a Correparti Corretora, houve um fluxo positivo para o Brasil, de venda (de dólares) por exportadores e investidores estrangeiros, com a bolsa subindo. Mas, o que está pesando mesmo é a procura global por risco, com o acordo fechado pelos Estados Unidos com o Japão e a forte possibilidade de acordo com a União Europeia.
O recuo do dólar ante o Real ocorre a despeito das dificuldades do governo Lula para negociar com os Estados Unidos, após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, usando como uma das justificativas o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado; uma questão jurídica, e não comercial. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,26%, a 97,210. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 1,003 bilhão em julho até o dia 18, com saídas líquidas de US$ 6,334 bilhões pela via financeira e entradas de US$ 5,331 bilhões pelo canal comercial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.