ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

23/Jul/2025

Tarifas dos EUA: estudo estima perdas para Brasil

Segundo estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Brasil pode sofrer perda de longo prazo de R$ 175 bilhões, retração de 1,49% do Produto Interno Bruto (PIB) e 1,3 milhão de postos de trabalho a menos, caso a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras entre em vigor em 1º de agosto, como anunciou o presidente norte-americano Donald Trump. A renda das famílias cairia até R$ 24,39 bilhões e a arrecadação do governo, R$ 4,86 bilhões. O estudo cobre um período de cinco a dez anos. Os efeitos nocivos vão se acumulando ao longo do tempo. Parte desse impacto surgiria já em um a dois anos, antes de o capital destinado às exportações aos Estados Unidos ser redirecionado ao mercado interno ou a outros países. Nesse intervalo, as perdas chegariam a R$ 47 bilhões e o consumo das famílias recuaria até 0,67%. O BTG Pactual estimou perdas ainda maiores no curto prazo, entre 2025 e 2026, de US$ 20 bilhões.

Se o Brasil adotasse tarifa recíproca de 50% sobre importações norte-americanas, o PIB poderia cair R$ 259 bilhões em longo prazo, resultado 2,21% menor. O número de empregos encolheria em 1,934 milhão, a massa salarial ficaria R$ 36,18 bilhões menor e a arrecadação de impostos recuaria R$ 7,21 bilhões. No pior cenário, os Estados Unidos responderiam às retaliações brasileiras com tarifa de 100%, igualada pelo Brasil. As perdas no PIB chegariam a R$ 667 bilhões, com corte de cerca de 5 milhões de vagas e redução de até R$ 93 bilhões na renda das famílias. A retaliação faz com que o próprio Brasil também perca com essa medida, independentemente de os Estados Unidos fazerem uma segunda onda de retaliações. Por isso, é muito importante ter foco na negociação comercial e na diplomacia, e que o Brasil deixe claro que está alinhado aos interesses norte-americanos na geopolítica internacional, como sempre esteve nos últimos 200 anos.

O Brasil tem nos Estados Unidos o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. No ano passado, as exportações para o país americano ficaram em cerca de US$ 40,4 bilhões, representando 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os produtos mais comercializados foram combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas e equipamentos mecânicos, aeronaves e café. No primeiro semestre deste ano, as exportações já acumulam um total de US$ 20 bilhões, parte delas antecipadas para evitar os efeitos das possíveis tarifas. No ano passado, o Brasil registrou exportações totais de US$ 337 bilhões, com os Estados Unidos contribuindo com 12% desse resultado. O principal produto exportado pelo Brasil para todo o mundo é petróleo bruto, que respondeu por US$ 45 bilhões das vendas externas, em 2024. Os Estados Unidos compraram 13% desse valor, o equivalente a cerca de US$ 5,8 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.