22/Jul/2025
O dólar fechou esta segunda-feira (21/07) em baixa, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, ainda que os investidores sigam atentos aos impactos das tarifas comerciais do governo Trump e à possibilidade de mais ações específicas contra o Brasil. A moeda norte-americana fechou com queda de 0,40%, a R$ 5,56. No ano, a divisa acumula baixa de 9,94%. O dólar chegou a oscilar em alta na abertura da sessão, dando continuidade ao movimento de sexta-feira (18/07), quando o receio de retaliação dos Estados Unidos contra o Brasil deu força às cotações, após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser alvo de operação da Polícia Federal. Logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$ 5,61 (+0,44%). Mas, a moeda norte-americana perdeu força ainda na primeira hora da sessão e migrou para o território negativo, acompanhando o recuo do dólar também no exterior, onde os agentes reagiam a fatores como o resultado da eleição no Japão e as dúvidas sobre a guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos.
Ainda sem acordos com uma série de parceiros comerciais, entre eles a União Europeia e a China, os Estados Unidos também seguem sem abrir brechas para negociação com o Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que insistirá na negociação comercial com os Estados Unidos, mas não descartou a possibilidade de os produtos brasileiros começarem a ser taxados em 50% em 1º de agosto, sem que o Brasil tenha recebido uma resposta das autoridades norte-americanas. Haddad afirmou ainda que o governo avalia implementar instrumentos de apoio a setores da economia impactados pela tarifa dos Estados Unidos, acrescentando que não necessariamente haverá impacto fiscal com as medidas. A dificuldade do Brasil em negociar passa pelo fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estar exigindo como contrapartida o fim do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, uma questão do campo jurídico, e não comercial.
Na sexta-feira (18/07), na mais recente medida contra o Brasil, os Estados Unidos restringiram vistos para autoridades do Judiciário brasileiro e seus familiares imediatos, citando novamente objeções aos processos legais contra Bolsonaro. Além das medidas já tomadas, investidores estarão atentos nesta semana a possíveis novas ações dos Estados Unidos contra o Brasil, que podem impactar o câmbio. Segundo a Wagner Investimentos, há promessa de novas sanções contra o Brasil, que seriam anunciadas ao longo desta semana. A imprensa cogita aumento das tarifas para 100%, imposição da Lei Magnitsky para algumas autoridades, proibição de aviões brasileiros sobrevoarem os Estados Unidos e até mesmo o desligamento do GPS e descredenciamento do sistema Swift. Não é possível saber o que acontecerá. Mas, o cenário piorou muito e escala rapidamente. Alguns bancos estrangeiros retiraram recomendações de venda de dólar e aplicações em taxa prefixada. Ainda assim, as cotações do dólar demonstraram certa acomodação ante o Real nesta segunda-feira (21/07), acompanhando o viés de baixa vindo do exterior. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,52%, a 97,889. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.