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22/Jul/2025

Clima: bacia amazônica pode virar fonte de carbono

As secas estão causando devastação recorde, de acordo com um relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O desmatamento e os incêndios em curso também ameaçam transformar a Amazônia de um "sumidouro de carbono em uma fonte de carbono", alertam os especialistas. Em todo o mundo, alguns dos eventos de seca mais generalizados e prejudiciais da história registrada ocorreram nos últimos anos devido às mudanças climáticas e ao esgotamento de recursos, diz o relatório da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), do Centro Nacional de Mitigação da Seca dos Estados Unidos (NDMC) e da Aliança Internacional para a Resiliência à Seca. Divulgado nesta segunda-feira (21/07), o documento cita diversos estudos de cientistas e matérias sobre o tema.

A Bacia Amazônica, o sul e leste da África, o Mediterrâneo, o Panamá, o México e o sudeste da Ásia foram as áreas ao redor do mundo que sofreram os impactos mais relatados da seca em 2023 e 2024. Em relação à Bacia Amazônica, o estudo citou que os níveis recordes de rios em 2023 e 2024 causaram a morte em massa de peixes e golfinhos ameaçados de extinção, interromperam o abastecimento de água potável e criaram problemas de transporte para centenas de milhares de pessoas. Na região do Mediterrâneo, com as mudanças climáticas em curso, espera-se que as temperaturas aumentem de 2°C a 3°C até 2050 e de 3ºC a 5°C até 2100. A disponibilidade hídrica deverá diminuir de 2% a 15% para cada 2°C de aquecimento no Mediterrâneo.

Sicília, Chipre, Marrocos, Argélia, Tunísia, sul da Espanha e Portugal, partes da Síria e sul da Turquia provavelmente se tornarão mais áridos e experimentarão a expansão de ambientes desérticos. A Turquia, por exemplo, é semiárida e propensa à degradação do solo. O relatório alerta que 88% do território do país corre o risco de desertificação. Em relação à Espanha, se as tendências atuais de aquecimento observadas entre 1973 e 2022 continuarem, prevê-se que o país experimente uma redução de 14% a 20% na precipitação em comparação com a média de 2000 a 2022 até 2050. Uma redução tão drástica faria com que partes do clima da Espanha mudassem de mediterrâneo para estepe quente, conforme definido pelo sistema de classificação de Koppen.

Em 2023, cerca de 60% da área agricultável espanhola estava sob condições de seca. Mesmo em um país desenvolvido como a Espanha, apenas 25% das cidades com mais de 20.000 residentes têm um plano para endereçar o controle da seca. Apesar do fim oficial do El Niño em maio de 2024, os impactos das secas continuam a afetar desde o sul e o leste da África até o a Bacia Amazônica e o sudeste da Ásia. Sem grandes reduções nas emissões de gases de efeito estufa, o aumento das temperaturas levará a secas mais frequentes e severas por meio do aumento do calor, da evaporação e da mudança dos padrões de precipitação. A vulnerabilidade das sociedades à seca e sua resiliência aos impactos dependerão de sua capacidade de fortalecer os ecossistemas, implementar mudanças na gestão da água e garantir o acesso equitativo aos recursos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.