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22/Jul/2025

Brasil e México: desafios para aumentar comércio

A Capital Economics avalia que apesar das recentes ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impulsionaram um desejo de fortalecimento dos laços comerciais entre Brasil e México, a dependência do Brasil em relação à China, que é a principal fonte de demanda para exportações de minério de ferro, petróleo e soja, no comércio internacional deve permanecer inalterada. Brasil e México têm um acordo comercial desde o início dos anos 2000, que reduz ou isenta tarifas de importação em aproximadamente 800 produtos, mas o comércio bilateral ainda é pequeno: as exportações entre os dois países representam só 2,3% das exportações totais do Brasil e 0,8% das do México. Isso se compara com mais de 80% dos embarques do México que vão para os Estados Unidos (28% do seu PIB) e cerca de 30% das exportações do Brasil que vão para a China (cerca de 5% do seu PIB).

A dificuldade em uma relação bilateral maior entre México e Brasil considera que os dois países estão geograficamente distantes. É mais rápido enviar do México para Roterdã (Holanda) do que para o maior porto do Brasil, o de Santos (SP). Em contraste, o setor manufatureiro do México está concentrado em áreas com bom acesso ferroviário e rodoviário aos Estados Unidos. Além disso, o Mercosul, do qual o Brasil é membro, proíbe acordos de livre comércio individuais com países não-membros, o que complica a possibilidade de um acordo abrangente com o México. Mesmo que haja espaço para negociações no âmbito do bloco econômico Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), o processo seria lento e complexo.

Uma eventual tentativa de aumentar a relação entre Brasil e México também pode causar resistência dos Estados Unidos, visto que o acesso preferencial do México ao mercado brasileiro já foi um ponto de discórdia levantado na investigação da Seção 301 do Representante de Comércio dos Estados Unidos sobre o Brasil, lançada na semana passada. Dada a importância para a economia dos Estados Unidos, as renegociações com o México terão precedência sobre as negociações com o Brasil. Isso porque as importações dos Estados Unidos do México somam cerca de US$ 500 bilhões, o dobro do valor das importações totais do Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.