21/Jul/2025
Segundo o Itaú BBA, a possibilidade de imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto já causa impacto em setores importantes do agronegócio, como o suco de laranja e a carne bovina. Indústrias brasileiras já passaram a reduzir novos contratos diante do elevado grau de incerteza. A cotação do suco de laranja congelado, que vinha nos menores níveis diante da expectativa de uma safra maior, saltou 25% na Bolsa de Nova York desde o anúncio das tarifas e fechou a 312,00 centavos de dólar por libra-peso no dia 17 de julho. A projeção da safra brasileira de laranja indica um aumento de 36% em relação à temporada anterior, o que amplia o risco de excedente no mercado interno caso os embarques para os Estados Unidos se tornem inviáveis.
A confirmação das tarifas pode gerar excedentes de produção e dos estoques internamente. No mercado do boi gordo, os efeitos também foram sentidos. O ritmo já fraco de vendas na segunda quinzena de julho se intensificou após o anúncio das tarifas, o que levou à queda de 2% nos preços no mercado físico. Além das tarifas, outra preocupação no radar do agro brasileiro é um alerta do secretário-geral da Otan, feito na semana passada, sobre possíveis sanções secundárias a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, como Brasil, China e Índia. O Brasil tem uma forte dependência da Rússia na importação de fertilizantes e óleo diesel, e uma medida nessa direção teria efeitos diretos ao agronegócio brasileiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.