21/Jul/2025
As negociações brasileiras com os Estados Unidos em relação à sobretarifa de 50% aos produtos domésticos que entrará em vigor a partir de 1º de agosto, conforme anunciou o presidente norte-americano Donald Trump, patinam por causa de um desmonte do corpo diplomático do país. Os negociadores norte-americanos perderam a força e nunca sabem se as tratativas direcionadas por eles serão respaldadas por instâncias superiores da diplomacia e do Executivo. A maior parte das tratativas sobre o aumento de tarifas anunciada pelo republicano a vários países vem sendo feita por diplomatas auxiliados por especialistas da área econômica.
No caso brasileiro, no entanto, a ação ganhou contornos muito mais políticos do que comerciais. A partir daí, os negociadores ficam de mãos atadas para continuarem no caso por não saberem qual será a decisão tomada pelo presidente norte-americano. Ainda é difícil desenhar qual será o rescaldo da operação feita pela Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A questão é que, se a decisão de Donald Trump tiver caráter realmente político, fica mais difícil ainda abrir canais de negociações técnicas. As primeiras reações do governo foram bem-vistas pelo empresariado, que foi, inclusive, consultado e acionado para colaborar com ideias e conversas com os setores com os quais negociam no exterior. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, que é quem tem capitaneado as tratativas pelo Brasil, têm enfatizado que estão abertos ao diálogo.
O governo brasileiro já enviou aos Estados Unidos duas cartas questionando o aumento das tarifas (a primeira sobre a elevação de 10% e agora em relação à de 50%). Até aqui, não recebeu qualquer reposta. Além disso, Trump não designou um embaixador para representar o país no Brasil. O maior posto aqui é o do encarregado de negócios, Gabriel Escobar. No cargo desde janeiro, Escobar vem tentando entender a política doméstica brasileira e o real papel e influência de cada um dos membros da família Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos, e é apontado como o pivô do aumento das tarifas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.