18/Jul/2025
O dólar fechou esta quinta-feira (17/07) em queda ante o Real, na contramão do avanço da moeda norte-americana no exterior e apesar de o STF ter restaurado a vigência do decreto do governo que elevou alíquotas de IOF em uma série de operações cambiais e de crédito. A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,24%, a R$ 5,54. No ano a divisa acumula queda de 10,22%. O dólar chegou a superar os R$ 5,60, acompanhando o avanço das cotações no exterior após a divulgação de dados robustos da economia norte-americana. As vendas no varejo dos Estados Unidos aumentaram 0,6% em junho, após queda não revisada de 0,9% em maio. Economistas previam alta de apenas 0,1%. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 7.000, para 221.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 12 de julho. Economistas previam 235.000 pedidos para a última semana. Na esteira dos números, o dólar à marcou a cotação máxima de R$ 5,61 (+0,90%), ainda na primeira hora de negócios.
Com as cotações acima de R$ 5,60, alguns agentes aproveitaram para vender moeda, o que colocou o dólar em baixa ante o Real, a despeito do exterior. O recuo também ocorria apesar de, na véspera, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ter concedido liminar que retoma a vigência da maior parte do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre uma série de operações. Moraes determinou que continue suspenso apenas o trecho que aumentou o IOF sobre o chamado risco sacado, operação de antecipação de recebíveis por empresas. Com a decisão, voltaram a valer cobranças mais altas de IOF sobre operações de crédito de empresas, uma série de operações de câmbio e sobre aportes superiores a R$ 600 mil por ano em planos de previdência privada Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). inda que seja uma boa notícia para a arrecadação do governo, a volta do decreto torna mais caras uma série de operações, pressionando a moeda norte-americana.
Ainda assim, o dólar atingiu a cotação mínima de R$ 5,54 (-0,33%). Entre os investidores, também esteve no radar as movimentações do governo para enfrentar a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o governo faça uma força-tarefa para encontrar os “pontos que estão pegando” na negociação tarifária com os Estados Unidos, para que o tema seja resolvido o mais rapidamente possível. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ter certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se houver circunstância. Segundo ele, os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,30%, a 98,642. O Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional em operação de rolagem. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.