18/Jul/2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, desacelerando em relação à alta de 3,4% observada em 2024. A moderação deverá refletir as condições monetárias e financeiras apertadas, redução do impulso fiscal do governo e o aumento da incerteza política global. O crescimento médio do País deve ficar estabilizado em cerca de 2,5% nos próximos anos, com a normalização da política monetária e os efeitos de reformas recentemente aprovadas, como o novo Imposto de Valor Agregado (IVA) e o Plano de Transformação Ecológica (PTE).
Porém, o balanço de riscos para o crescimento brasileiro está inclinado para baixo, muito por conta da crescente incerteza na política global. Os riscos de baixa decorrem externamente de uma desaceleração nas principais economias em meio a tensões comerciais globais crescentes e incerteza política; e internamente dos efeitos maiores do que o esperado do aperto da política monetária e da possibilidade de um esforço fiscal menor do que o previsto. Em relação à inflação, a projeção é um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,2% em 2025 e um processo gradual de convergência à meta de 3% que deverá ser concluído somente no fim de 2027.
O FMI elogiou o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços e considera que a retomada do ciclo de altas na Selic no ano passado foi "apropriada e consistente" com a convergência da inflação à meta. O esforço recente de autoridades brasileiras de melhorar continuamente a posição fiscal do País abre caminho para a queda de juros e a retomada de investimentos prioritários. Foram recomendados novos passos para colocar a dívida pública em uma trajetória firmemente descendente, facilitar um caminho para taxas de juros mais baixas e abrir espaço para investimentos prioritários.
A avaliação é que mudanças recentes na mobilização de receitas, incluindo a "racionalização de gastos tributários ineficientes" e o enfrentamento da rigidez orçamentária apoiam esses esforços. A reforma tributária sobre o consumo aumentará a produtividade do País e recomendaram reformas no Imposto de Renda pessoal para melhorar a progressividade do sistema tributário e a mobilização de receitas domésticas. Um quadro fiscal aprimorado com um forte âncora de médio prazo reforçaria a credibilidade e a sustentabilidade.
O FMI saudou ainda o fato de que o sistema financeiro brasileiro permanece resiliente, com bancos altamente líquidos e adequadamente capitalizados. É importante o monitoramento e a supervisão dos riscos de crédito ao consumidor, incluindo o programa de empréstimo consignado recentemente aprimorado. O FMI também ponderou que fornecer ao Banco Central brasileiro maior autonomia financeira e administrativa apoiaria "o progresso contínuo com inovações tecnológicas". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.