18/Jul/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à CNN International, que o Brasil vai, "no momento certo", dar a "resposta certa" à carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou na semana passada a imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de agosto. Lula negou que haja uma crise entre Brasil e Estados Unidos, reforçando a disposição de negociar com o governo norte-americano sobre as tarifas. Mas, destacou que a relação entre os países "não pode continuar assim". Lula afirmou que quando leu a carta de Trump, achou que era fake news. Lula acrescentou que o Brasil é um "aliado histórico" dos Estados Unidos e valoriza as tradições econômicas entre os países, mas não vai "aceitar imposições". Lula defendeu uma abordagem institucional em relação às tarifas. Ele negou que as posições políticas dos dois mandatários interfiram nesse processo. "Eu não sou um presidente progressista, sou o presidente do Brasil", disse Lula, quando indagado sobre o impacto da ideologia nessa relação.
"Eu não vejo o presidente Donald Trump como um presidente de extrema-direita, eu o vejo como o presidente dos Estados Unidos. Ele foi eleito pelo povo norte-americano, não importa se eu gosto dele ou não." Lula voltou a defender que os dois se sentem à mesa para conversar sobre a relação entre os países, mas afirmou que Trump não tem mostrado a disposição de fazer isso. "O Brasil não quer alimentar qualquer guerra ou participar de guerras, o Brasil quer paz e negociação", disse. Falando sobre o Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de outros países do Sul Global, Lula negou que haja qualquer intenção desse bloco de se distanciar do comércio com os Estados Unidos. "O Brics não foi criado para brigar com país nenhum, o Brics foi criado para que possamos nos considerar igualmente, discutir as nossas questões de maneira pacífica", afirmou. "Ninguém quer se livrar dos Estados Unidos, o que nós queremos e não ser reféns dos Estados Unidos. Nós queremos liberdade."
O presidente Lula afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito para o governar o país dele, e não ser o "imperador do mundo". Para Lula, seria muito melhor estabelecer uma negociação primeiro, e depois alcançar um acordo possível, porque são dois países que têm boas relações por 200 anos", afirmou Lula. Segundo Lula, tanto a tarifa quanto a forma em que Trump usou para anunciar foram surpresas para o governo brasileiro. O presidente brasileiro também disse que falta, em Trump, um "pouco de multilateralismo na mente". O presidente voltou a dizer que a afirmação de Trump de que os Estados Unidos sofrem prejuízos no comércio com Estados Unidos é falsa. Lula também declarou que, desde maio, o governo brasileiro envia propostas para os Estados Unidos, mas foi "surpreendido" ao ver que a carta do líder norte-americano não fez menção às alternativas citadas. Lula disse que o Brasil está pronto para negociar a tarifa imposta por Trump. Ele voltou a declarar que pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica, recentemente regulamentada pelo Planalto. O presidente Lula afirmou que nunca imaginou ‘comprar uma briga’ com os Estados Unidos, porque sempre teve uma boa relação com os antigos líderes do país.
"Eu tive um relacionamento extraordinário com todos os ex-presidentes, desde Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e o Joe Biden", declarou Lula. Lula também disse que o Brasil é um "país que merece respeito" e cobrou isso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula moderou o tom e disse que espera ter uma boa relação com o republicano. A "supertarifa" também deve criar problemas para o povo norte-americano. O presidente também disse que, em dois anos e meio de mandato, conseguiu criar 379 novos mercados para o Brasil e que está conversando com empresários e vai conseguir achar uma solução para a crise tarifária. Para Lula, a tarifa dos Estados Unidos foi um erro, não foi bem pensada e foi aplicada na tabela errada. Lula também disse o Brasil é uma nação que prioriza relações internacionais pacíficas. "Não temos brigas com nenhum país e não queremos". O presidente também convidou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a comparecer à COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.