17/Jul/2025
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que entre 16% e 18% do consumo do brasileiro medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é ligado ao câmbio. Assim, o ideal seria que o investidor brasileiro tivesse cerca de 20% do seu portfólio com diversificação internacional a fim de neutralizar os efeitos do câmbio dentro de sua cesta de consumo. Um exemplo dos efeitos do câmbio na cesta de consumo do brasileiro médio é o próprio reajuste do aluguel, via IGP-M, que não faz sentido, considerando a carga cambial alta dentro do índice.
O efeito do câmbio na cesta de consumo, via inflação, não é imediato, acontecendo em um período de 12 meses. Os efeitos da desvalorização do Real no fim de 2024 ainda serão sentidos em dezembro deste ano, o que denota a importância de que a diversificação no portfólio não seja feita de maneira pontual, mas sim ao longo do ano. Enquanto entre 25% e 30% das carteiras de investidores norte-americanos têm ativos fora dos Estados Unidos, no Brasil a diversificação do portfólio fora do País não chega a 5%.
Tanto a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto o embate doméstico relacionado ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) são temporários, enquanto "investir é pensar principalmente no futuro". Neste viés, o investimento externo em direção à maior economia do mundo ainda é o mais viável, pensando no médio, longo prazo. No fim das tarifas, os Estados Unidos provavelmente vão se dar bem. Há quem apoie a tese de parar de usar o dólar como referência internacional, mas não há muita alternativa além da divisa norte-americana para isso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.