17/Jul/2025
Autoridades do governo brasileiro avaliam que a inclusão do Pix no rol das investigações do governo norte-americano sobre práticas comerciais do Brasil foi motivada por lobby das grandes bandeiras de cartão de crédito, Mastercard e Visa, e não deve avançar. O Pix não foi mencionado nominalmente no documento sobre a investigação. Mas, o texto cita, entre outros pontos, "diversas práticas injustas" do Brasil para garantir vantagens ao "sistema de pagamentos eletrônico desenvolvido pelo governo". Pessoas com conhecimento do assunto veem uma ação de lobby das grandes bandeiras de cartões, que concorrem com o Pix, nessa classificação. No entanto, a avaliação é de que não há espaço para que a investigação avance. O sistema de pagamentos brasileiro, visto como referência internacional, foi responsável por quebrar o duopólio da Visa e Mastercard em transações 24-7 no Brasil.
Diferentemente das bandeiras de cartões, que cobram 3% a 5% por transação, o Pix é gratuito. O efeito prático dessa ação deve ser a desvinculação do Pix como entrega do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O filho dele, deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, está nos Estados Unidos desde janeiro, e é um dos responsáveis pelo anúncio de tarifas de 50% a produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O Pix foi lançado em 2020, durante o governo Bolsonaro, mas os estudos sobre o sistema começaram anos antes. Hoje, a agenda evolutiva do sistema é uma das prioridades do Banco Central, que lançou este ano o PIX Automático e quer avançar em novas modalidades, como o PIX Parcelado e o PIX em Garantia. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais nesta quarta-feira (16/07), para se posicionar contra a inclusão do PIX no rol das investigações do governo dos Estados Unidos sobre práticas comerciais do Brasil.
Em postagem feita pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o Planalto mandou o seguinte recado aos norte-americanos: "O Pix é nosso, my friend". Na legenda da publicação, a Secom afirmou que o sistema de transações está causando um "ciúme danado". "Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema Seguro, Sigiloso e Sem taxas", diz a postagem. Endossando o discurso adotado por Lula desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, a postagem da Secom afirma que o Brasil é "soberano". "Só que o Brasil é o quê? Soberano. E tem muito orgulho dos mais de 175 milhões de usuários do PIX, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?", diz a legenda da publicação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.