17/Jul/2025
Após instalação e primeiras reuniões do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, o governo Lula quer tentar sensibilizar a opinião pública norte-americana acerca dos impactos da sobretaxa de 50% aplicada pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Apesar dos pleitos da indústria e do agronegócio brasileiros, não há decisão do governo federal de pedir o adiamento do prazo de vigência da nova tarifa. A prioridade com que ministros têm trabalhado é com a data de 1º de agosto, planejando uma intensa agenda de reuniões nas próximas três semanas. A ideia é manter conversas de alto nível também com empresários norte-americanos, mostrando os impactos no emprego e na economia americana como um todo.
A forma como as decisões estão sendo tomadas não impacta só o Brasil. Entre os produtos da cesta de exportação brasileira aos Estados Unidos, estão alguns que são parte do dia a dia do cidadão norte-americano, como o café, o suco de laranja, a manga e a carne bovina. Após a reunião com representantes do agronegócio brasileiro, Alckmin frisou a complementaridade econômica entre Estados Unidos e Brasil. De janeiro a junho, cresceram 4,3% as vendas do Brasil para os Estados Unidos, mas as vendas dos Estados Unidos para o Brasil cresceram mais de 11%. Aumentou o superávit dos Estados Unidos em relação à balança comercial de bens; de serviços o superávit é ainda maior.
Questionado se o Big Mac vai ficar mais caro, o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, respondeu: “Nos Estados Unidos, com certeza.” Ele explicou que o Brasil exporta recortes dianteiros do boi e carnes não tão consumidas no Brasil, mas que têm importância econômica para os Estados Unidos, para processamento dos hambúrgueres. O governo federal busca estabelecer contato com compradores norte-americanos de insumos e produtos brasileiros, para que eles reverberem as consequências do tarifaço internamente e ajudem a pressionar o governo Donald Trump. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.