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16/Jul/2025

Cereais: relatório Perspectivas Agrícolas 2025-2034

De acordo com relatório de Perspectivas Agrícolas 2025-2034 da Organizações para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção mundial de cereais deverá crescer 1,1% ao ano, atingindo 3,2 bilhões de toneladas até 2034. Isso deve ocorrer em virtude de um aumento da produtividade, que pode subir, em média, 0,9% ao ano, com avanços tecnológicos e adoção de sementes melhoradas e práticas agrícolas aprimoradas. As projeções, contudo, podem ser afetadas por incertezas quanto a custos de energia, condições climáticas, tensões geopolíticas e demanda chinesa. Para o trigo, a produção global tende a subir 74 milhões de toneladas, atingindo 874 milhões de toneladas em 2034, sendo 42 milhões na Ásia. A Índia, terceira maior produtora do cereal, deve contribuir com 29% do aumento global.

Entretanto, com o crescimento populacional e o aumento da demanda interna, o país deve se tornar importador líquido até 2034. Também haverá ganhos na Rússia, Paquistão, Argentina, Canadá e Estados Unidos. De milho, deve ocorrer aumento de 188 milhões de toneladas, com 1,4 bilhão de toneladas em 2034. Os maiores avanços ante o período-base, são de Estados Unidos (33 milhões de toneladas), Brasil (32 milhões de toneladas) e China (27 milhões de toneladas). No Brasil, o crescimento anual da 2ª safra supera a média global de 1,2%. Além disso, o comércio global de cereais continuará a se expandir, em linha com a produção. A maioria dos países da África e da Ásia, com exceção dos grandes exportadores de arroz, deve continuar sendo ou se torne importadores de cereais. O movimento reflete disparidades na disponibilidade de recursos naturais e o crescimento populacional e da renda que impulsionam a demanda além da capacidade de oferta doméstica.

Os embarques de trigo podem subir 21 milhões de toneladas, alcançando 226 milhões de toneladas em 2034. A Rússia deve se manter como o maior exportador, com um quarto do comércio global em 2034. As exportações da União Europeia, segunda maior exportadora, devem crescer 1,4% ao ano a partir de 2025, chegando a 31,6 milhões de toneladas em 2034. As exportações de milho devem crescer cerca de 29 milhões de toneladas, atingindo 210 milhões de toneladas em 2034. Os quatro maiores exportadores, Estados Unidos, Brasil, Argentina e Ucrânia, responderão por 91% desse aumento. Os Estados Unidos devem permanecer o maior exportador. As exportações brasileiras, que se beneficiam de maiores rendimentos domésticos e da redução das exportações dos Estados Unidos no período-base, além da remoção de barreiras não-tarifárias pela China em 2023, devem crescer a uma taxa maior que o dobro da média mundial.

As importações de milho da China em 2034 devem cair 20%, devido à reserva estratégica e à política comercial do país, junto ao aumento da produção local e à diversificação da ração animal. Quanto ao consumo global de cereais, o crescimento deve ser moderado, com uma expansão lenta no uso para ração animal e biocombustíveis. O consumo alimentar pode aumentar 1,1% ao ano, atingindo 1,28 bilhão de toneladas até 2034, principalmente devido ao crescimento populacional na Ásia e na África. A expansão no uso para ração será liderada pelo aumento da produção pecuária na Ásia e nas Américas. Em termos reais, os preços anuais dos cereais devem cair ao longo do período de projeção, à medida que o crescimento da produtividade e os ganhos de eficiência reduzem os custos de produção. No entanto, os preços nominais dos cereais devem manter uma tendência de alta, em virtude da inflação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.