16/Jul/2025
Segundo o Ministério da Agricultura, já há, de certa forma, impacto nas exportações agropecuárias da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O setor privado brasileiro vai sofrer caso as tarifas venham a ser aplicadas em 1º de agosto. Ainda se mantém tudo como está, mas no comércio internacional, os tempos são diferentes porque envolve o tempo dos navios. E já há impacto dessas ações anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Nos últimos dias, contêineres de pescados e de frutas já deixaram de ser exportados ao mercado norte-americano porque as embarcações chegariam nos Estados Unidos após 1º de agosto. Os seis setores mais afetados pela tarifa dos Estados Unidos são café, carne bovina, suco de laranja, frutas, pescados e couros.
Também há impactos no caso do cacau. O mercado norte-americano respondeu por US$ 12 bilhões das exportações de produtos do agronegócio no ano passado e é um dos três principais destinos das exportações do Brasil, representando 7,4% de tudo que foi exportado pelo setor em 2024. É uma situação que pega todos de surpresa. O Brasil tem uma pauta bastante diversificada com destaque para café, celulose, carne bovina, suco de laranja, couro e açúcar e os Estados Unidos são um dos principais mercados de exportação para uma série de produtos. O governo brasileiro buscará soluções consensuais com os Estados Unidos trabalhando sempre com soberania. Lucidez, equilíbrio e sabedoria devem estar presentes no vocabulário.
A negociação com os Estados Unidos é "complexa", mas o País pode alcançar bons resultados com técnica e lucidez. É importante neste momento a união do setor produtivo, do governo e do Legislativo. Além do apoio ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e ao Ministério das Relações Exteriores na negociação, em paralelo, o Ministério da Agricultura vai tentar abrir novos mercados e ampliar as relações comerciais com mercados já com fluxo comercial existente. Já foi solicitado aos 40 adidos brasileiros que busquem novas oportunidades. Além disso, o governo buscará novas habilitações para carne bovina, ampliará a promoção comercial e intensificará aberturas de mercado a partir da discussão com o setor produtivo.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que é uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrar alternativas à produção brasileira em relação às exportações de produtos agropecuários aos Estados Unidos. Esse papel de abrir e ampliar mercados deve ser intensificado, para achar alternativas à essa produção brasileira. O ministro acrescentou que a Pasta vai intensificar a busca por alternativas às exportações. “Mas, já com o reconhecimento de que não é possível em 10 a 15 dias dar destino a tudo isso que se produz no Brasil e que é vendido aos Estados Unidos", afirmou Fávaro. O diálogo está aberto na parte brasileira, mas com respeito "à soberania e muita altivez", pontuou. Questionado se o governo discute eventual adoção de cotas para exportação de produtos agropecuários aos Estados Unidos, Fávaro negou que o tema esteja na mesa de opções em estudo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.