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15/Jul/2025

Dólar em alta com tensões comerciais Brasil-EUA

O dólar acelerou os ganhos em relação ao Real e, após máxima de R$ 5,59 na reta final dos negócios, encerrou a sessão desta segunda-feira (14/07), em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,58, o maior valor de fechamento desde 5 de junho (R$ 5,58). A busca por posições cambiais defensivas se acentuou, com investidores à espera da resposta do governo brasileiro à imposição de tarifas de 50% dos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Após fechar o primeiro semestre com perdas de 12,07%, o dólar já acumula alta de 2,76% em julho. Também pesou contra o Real o recuo maior das cotações do petróleo, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que pode impor tarifas secundárias de até 100% sobre a Rússia caso não haja um acordo para um cessar-fogo na Ucrânia nos próximos 50 dias. segundo a Nova Futura Investimentos, o dólar no exterior está em alta porque o ambiente é de muito risco.

No Brasil, o mercado está se preparado para retaliação às tarifas do Trump. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o decreto da reciprocidade está pronto e será publicado nesta terça-feira (15/07). A lei autoriza o Executivo a adotar medidas de proteção do País quando medidas extemporâneas e extraordinárias forem adotadas de forma unilateral por outros países contra o Brasil. O ministro também afirmou que o governo fará nesta terça-feira (15/07) uma defesa de seu decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no encontro com representantes do Congresso em reunião de conciliação convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Um comitê interministerial montado pelo Palácio do Planalto para analisar o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros começará a se reunir com representantes dos setores econômicos a partir desta terça-feira (15/07), com a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Foram negadas informações ventiladas mais cedo de que o governo trabalhava com pedido de extensão de prazo para negociação com os Estados Unidos e com a ideia de redução das tarifas a produtos brasileiros de 50% para 30%. O Itaú observa que o anúncio das tarifas de Trump ao Brasil reverteu, em parte, a dinâmica benigna do Real, que vinha se beneficiando de um dólar globalmente mais fraco e do elevado diferencial entre juros internos e externos. Por ora, o Itaú mantém projeção de taxa de câmbio em R$ 5,65 no fim deste ano e de 2026. O cenário internacional, com dólar global mais fraco, poderia levar a taxa de câmbio para níveis mais apreciados. Contudo, as tarifas impostas, somadas à incerteza fiscal, limitam os ganhos da moeda. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) superou o nível de 98,000 pontos e girava ao redor de 98,100 pontos.

O DXY sobe mais de 1,30% em julho, mas ainda acumula perdas de pouco mais de 0,90% no ano. No fim de semana, Donald Trump anunciou tarifas de 30% para México e União Europeia, mas deixou a porta aberta para negociações com o bloco europeu e outros parceiros comerciais. Segundo a Frente Corretora, o mercado está mais cauteloso e ainda tenta entender qual será o nível efetivo de tarifas que os Estados Unidos vão adotar, o que tem puxado um pouco o dólar para cima. Mesmo com uma melhora do ambiente externo, não há espaço para a taxa de câmbio voltar para o nível de R$ 5,40 visto no início de julho. Os juros altos que mantêm a atratividade para o estrangeiro, mas os problemas fiscais devem puxar o risco para cima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.