15/Jul/2025
O Banco do Brasil (BB) continuará na safra 2025/2026 liderando a distribuição de crédito rural com taxas equalizadas pelo Tesouro Nacional, porém abaixo de sua participação histórica na oferta de recursos equalizados. Na safra atual, que começou em 1º de julho, o BB poderá oferecer R$ 58,013 bilhões por diversas linhas com taxas de juros mais baixas equalizadas pelo Tesouro, dos quais R$ 39,063 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 18,950 bilhões a produtores familiares. O total é 3,61% menor do que os R$ 60,185 bilhões em crédito equalizado inicialmente direcionado para o banco na safra 2024/2025, que foi posteriormente remanejado para R$ 62,609 bilhões. Apesar do ajuste entre as safras, o BB recebeu a maior fatia, 37%, do total de R$ 157,167 bilhões em crédito que deve ser oferecido pelo governo com taxas equalizadas à agricultura empresarial e familiar na safra 2025/2026.
Os valores constam de portaria do Ministério da Fazenda, publicada nesta segunda-feira (14/07) no Diário Oficial da União, que detalha a distribuição dos recursos entre os agentes financeiros autorizados. O Plano Safra 2025/2026 terá R$ 157,167 bilhões em recursos equalizados pelo Tesouro para agricultura familiar e empresarial. Do total, R$ 113,777 bilhões serão destinados em recursos equalizados para agricultura empresarial e R$ 43,390 bilhões para agricultura familiar. O valor inicialmente a ser ofertado pelo Executivo na safra seria de R$ 157,233 bilhões, mas foi remanejado em virtude de revisões nos saldos equalizáveis dos agentes financeiros. A portaria autoriza o pagamento da equalização de taxas de juros em financiamentos rurais na temporada atual, que se estende até 30 de junho do ano que vem, o que na prática marca o início da liberação de operações pelos agentes financeiros com recursos subvencionados pelo Tesouro Nacional.
A equalização é o valor pago pelo Tesouro Nacional aos agentes financeiros para subsidiar taxas de juros menores aos produtores nos financiamentos rurais. A equalização corresponde ao diferencial de taxas entre o custo de captação de recursos, acrescido dos custos administrativos e tributários, e os encargos cobrados do tomador final do crédito rural. Atrás do Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como já vinha sendo sinalizado pelo governo federal, ganhou reforço de equalização no ciclo 2025/2026, respondendo por 25,3% do total. O BNDES terá R$ 39,764 bilhões em recursos a taxas equalizadas, sendo R$ 26,337 bilhões em linhas voltadas à agricultura empresarial e R$ 13,427 bilhões à agricultura familiar. O total é 18,75% maior do que os R$ 33,486 bilhões aprovados no ano passado para o banco público, que foi remanejado posteriormente para R$ 31,850 bilhões.
O sistema cooperativo de crédito terá maior participação na operação do crédito subsidiado no ciclo atual em relação à temporada passada. Sicredi, Sicoob, Cresol, Credisis, Crediseara, Credicoopavel, Credialiança, Credicoamo, juntos, devem ofertar na temporada R$ 43,361 bilhões com taxas de juros equalizadas, ou 27,6% do total. O valor ficou 89,64% acima dos R$ 22,865 bilhões autorizados para os agentes cooperativos de crédito no ciclo passado, que respondiam por 17,08% do total. O Sicredi lidera a oferta entre as cooperativas de crédito na safra 2025/2026, sendo o terceiro maior agente financeiro do crédito total subsidiado no ciclo, com 15,94% do total, ou R$ 25,056 bilhões, 154,7% acima dos R$ 9,836 bilhões no ciclo anterior. Em seguida aparece Sicoob, com R$ 14,910 bilhões, 56% mais do que R$ 9,552 bilhões da temporada 2024/2025.
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) completa a lista dos cinco agentes financeiros com maior participação na safra, com a oferta de R$ 5,885 bilhões a taxas subvencionadas, equivalente a 3,74% do total ofertado em 2025/2026. A Caixa Econômica Federal, que no passado chegou a fazer uma investida sobre o setor, deve distribuir em 2025/2026 R$ 5,3881 bilhões (3,43% do total). Ao todo, 25 instituições financeiras foram autorizadas a operar os recursos equalizados nesta safra. Elas disputaram os recursos em leilão do Tesouro. O número é igual ao de agentes financeiros participantes na temporada passada. Na safra 2025/2026, a Stara Financeira vai estrear na distribuição de recursos equalizáveis, enquanto o Banco Safra deixou de operar os recursos equalizados pelo Tesouro.
Além dos já citados, também estão na lista dos agentes financeiros que vão operar o crédito subsidiado: Badesul (agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul), Banco DLL (banco de fábrica), Banco John Deere, Banco do Estado do Pará (Banpará), Basa (Banco da Amazônia), Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Bradesco, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), BRB (Banco de Brasília), CNH Industrial, Itaú e a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). A portaria estabelece ainda a fatia equalizada que poderá ser operada por cada agente financeiro no primeiro semestre da safra (julho a 31 de dezembro) e o saldo a partir de 1º de janeiro a 30 de junho de 2026, conforme nova divisão semestral estabelecida pelo governo. A adoção de um teto para o percentual de recursos que poderão ser equalizados na primeira metade da safra é uma das inovações feitas pelo Ministério da Fazenda.
Para financiamentos de custeio o porcentual máximo a ser equalizado será de 80%, enquanto para as linhas de investimento, o percentual será de 50%. A portaria da Fazenda autoriza, ainda, a Secretaria Nacional do Tesouro realizar o remanejamento de limites equalizáveis entre as diferentes categorias de financiamentos, respeitados os limites contratados e para casos solicitados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, no caso da agricultura empresarial, ou pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, nas linhas da agricultura familiar. A Secretaria do Tesouro pode também reduzir os limites equalizáveis em caso de insuficiência de recursos orçamentários ou pela necessidade de compensar custos decorrentes de outras medidas relacionadas ao crédito subvencionado que impliquem despesas adicionais à União, dispõe a portaria. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.