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15/Jul/2025

FPA defende negociação diplomática com os EUA

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defende que o governo brasileiro use as próximas três semanas para conversar e esgotar completamente qualquer possibilidade diplomática com os Estados Unidos a fim de evitar a adoção da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O Itamaraty terá que trabalhar muito fortemente nessas três semanas para evitar esses danos que podem ser extremamente lesivos para o Brasil. Tão logo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros, a FPA pediu cautela e diplomacia firme ao governo brasileiro. A ameaça tarifária é preocupante em virtude dos impactos ao setor agropecuário brasileiro, em especial para as exportações dos setores de celulose, café, carne bovina e suco de laranja, bem como no aumento do custo de produção a partir do uso de insumos agrícolas provenientes dos Estados Unidos.

A tarifa dos Estados Unidos sobre o Brasil surpreendeu da forma que foi feita, em carta e com os termos citados sobre o STF e o ex-presidente Bolsonaro. A FPA defende que a carta precisa ser debatida e ponderada. As questões políticas e ideológicas que constam na carta precisam ser encaradas de frente e, principalmente, cessar as provocações. A FPA citou sinalizações de Trump sobre incômodo com a discussão da moeda única do Brics, os apontamentos sobre a guerra da Rússia e Ucrânia e o conflito na Palestina, as sanções aplicadas sobre as big techs norte-americanas. Ao todo, 22 países receberam cartas do governo norte-americano com diferentes motivações. A questão do Brasil foi política. Então, é um ponto que efetivamente precisa ser debatido. Será necessária uma reorganização do processo diplomático junto aos Estados Unidos, dado que hoje o país norte-americano sequer possui embaixador no Brasil.

Sobre o uso da lei da reciprocidade econômica, que vem sendo citada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por alguns ministros, a FPA defendeu que ela seja utilizada somente em "último caso". A eventual reciprocidade do Brasil em taxar em 50% os produtos norte-americanos terá impacto "ínfimo" sobre os Estados Unidos. O caminho é negociar ao máximo, como fez a China e o México. A bancada da agropecuária está disposta a contribuir na busca por uma saída diplomática com os Estados Unidos ao longo das próximas três semanas, do ponto de vista da discussão temática da questão. Os impactos do tarifaço sobre o consumidor norte-americano, como no caso do café, da madeira e da celulose, precisam ser apresentados ao governo dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.