14/Jul/2025
Após se reaproximar dos R$ 5,60 em meio às preocupações com os efeitos da guerra tarifária dos Estados Unidos sobre a economia brasileira, o dólar perdeu força e encerrou a sexta-feira (11/07) praticamente estável no Brasil, ainda que o saldo da semana tenha sido de alta firme ante o Real. O dólar fechou a sexta-feira (11/07) com leve alta de 0,12%, a R$ 5,54. Na semana passada, a divisa acumulou elevação de 2,28% ante o Real, com as cotações incorporando prêmios de risco após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira (09/07) uma tarifa de 50% sobre os produtos comprados do Brasil. No início da sessão, os agentes voltaram a operar reagindo à incerteza em torno dos impactos da tarifa do presidente de Donald Trump, sobre os produtos brasileiros. Uma das preocupações é de que a tarifação signifique menos exportações do Brasil no agregado, o que representaria uma entrada menor de dólares no País.
Ainda que o Brasil tenha uma situação confortável em suas contas externas, o dólar reagiu em alta ante o Real após o anúncio das tarifas. Segundo a Empiricus Research, do ponto de vista da economia real, é ruim, mas não é o fim do mundo, porque o Brasil é um país fechado. Daí, o impacto é limitado. Mas, a tarifa pega no câmbio, que pega na inflação e nos juros, podendo ter um efeito cascata. Investidores também se mantinham atentos ao exterior, onde o dólar avançava ante a maior parte das demais divisas em função de novos movimentos de Trump. Além de anunciar uma tarifa de 35% para o Canadá, ele sinalizou que a taxa padrão de 10%, recebida por alguns países, pode ser elevada para 15% ou 20%. Também era esperado o anúncio de tarifação da União Europeia. Neste cenário, o dólar atingiu a cotação máxima de R$ 5,59 (+0,93%). No entanto, a moeda perdeu força e retornou para a faixa dos R$ 5,55, com agentes aproveitando as cotações mais elevadas para vender divisas.
Segundo a Correparti Corretora, com o dólar perto dos R$ 5,60, houve ordem de stop loss (parada de perdas), com investidores que estavam comprados (posicionados na alta da moeda no mercado futuro) realizando lucros. Também teve exportador vendendo moeda. Depois, o dólar se enfraqueceu ainda mais, chegando a marcar a mínima de R$ 5,54 (estável). Apesar do avanço após o anúncio da tarifa de 50% para o Brasil, o dólar não incorporou totalmente o cenário de uma cobrança efetiva deste percentual pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Nos preços, está parcialmente a ideia de que haverá redução das tarifas, ou mesmo não implementação delas. Se este cenário de tarifa de 50% se materializar, pode haver uma piora adicional do Real. No exterior, o dólar também se mantinha em alta ante boa parte das demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,30%, a 97,881. Em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.