14/Jul/2025
O governo optou por não reagir imediatamente à imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros, anunciada na quarta-feira (09/07) pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A ideia é esperar até agosto, quando está prevista a entrada em vigor da taxação extra, a mais alta do mundo entre as últimas reveladas pelo republicano na semana passada. Até lá, o Brasil quer estabelecer alguns "parâmetros" para a resposta e identificar setores atingidos, para não criar complicações adicionais à economia local. Uma das frentes de reação em análise é a suspensão de patentes sobre medicamentos. A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus auxiliares é de que seria um "erro" reagir antes de agosto. O Planalto considera o histórico de decisões sobre tarifas do norte-americano.
Desde abril, quando anunciou o tarifaço a parceiros comerciais, Donald Trump em várias ocasiões esperou até uma data-limite para adiar a medida. O caso do Brasil, porém, é único, pois a decisão não se deu por razão comercial. Envolveu questões políticas. O presidente Lula falou em acionar a Lei de Reciprocidade para responder aos Estados Unidos. "Se ele cobrar 50% da gente, a gente vai cobrar 50% dele", disse. A ideia também foi defendida pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AM). "Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania."
O governo decidiu que um dos próximos passos é regulamentar a lei aprovada e sancionada em abril. Um integrante do governo afirmou que Lula não vai adotar a reciprocidade apenas por retaliar. Na esfera comercial e econômica, desde abril o governo já estuda a elevação de tarifas a determinados setores exportadores dos Estados Unidos, de forma calibrada e seletiva. Eles vêm sendo consultados e não se espera uma resposta horizontal do Brasil na mesma medida. Para o governo brasileiro, a lei vai permitir ao Brasil adotar uma combinação de medidas tarifárias, não tarifárias sobre bens e serviços, e no campo da propriedade intelectual, como é o caso dos remédios. Com o tempo que pretende ganhar, o Planalto espera que haja um arrefecimento do embate político, movimento que vai determinar a resposta econômica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.