14/Jul/2025
O UBS Wealth Management (UBS WM) acredita que, pela falta de justificativa comercial da medida, a nova tarifa dos Estados Unidos de 50% aos produtos brasileiros é improvável de se tornar permanente. Não está claro com base em que fundamentos a administração de Donald Trump implementaria essa alíquota. Seria difícil justificar o uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) dado o superávit comercial com o Brasil. As seções 232 e 301 da Lei de Expansão Comercial de 1962 estão disponíveis para o presidente dos Estados Unidos, mas exigiriam uma investigação inicial e teriam de ser baseadas em uma queixa relacionada ao comércio. Dadas as possíveis barreiras legais, a tarifa ameaçada de 50% sobre o Brasil é improvável de se tornar permanente.
O Brasil não estava na lista inicial de parceiros comerciais quando Donald Trump anunciou as tarifas "recíprocas" no "Dia da Libertação" em abril, já que os Estados Unidos têm um superávit comercial de bens com o Brasil. O impacto econômico no Brasil seria modesto, pois o País é uma economia relativamente fechada, com exportações e importações representando apenas 28% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Seu maior parceiro comercial é a China, e apenas 16% das exportações totais do País vão para os Estados Unidos, representando menos de 2% do seu PIB. Embora a tarifa de 50% tenha um impacto maior em certos produtos como ferro e aço semimanufaturados, aeronaves, materiais de construção, etanol e madeira e produtos relacionados, o impacto econômico geral na economia brasileira é administrável. Portanto, a expectativa é de que o impacto direto nos lucros corporativos seja contido.
O banco reiterou que as ações brasileiras continuam atraentes, assim como os papéis de mercados emergentes, de modo geral, devem continuar a apresentar um desempenho sólido diante de um cenário macroeconômico favorável. A fraqueza do dólar norte-americano provavelmente persistirá, proporcionando um impulso para as ações de mercados emergentes. O índice DXY caiu mais de 10% este ano. Os mercados emergentes provavelmente continuarão sendo beneficiários do impulso global para diversificação de portfólio, à medida que os investidores buscam ampliar suas fontes de retorno. As ações de emergentes continuam sub-representadas e só recentemente começaram a atrair entradas, o que pode apoiar uma perspectiva de médio prazo mais construtiva para a classe de ativos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.