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14/Jul/2025

Setores industrial e comercial criticam o tarifaço

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) defende a retomada urgente de diálogo técnico e diplomático com os Estados Unidos após o país ter decidido impor tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A entidade considera crucial que haja uma articulação institucional para mitigar incertezas e distorções, considerando os efeitos da medida não apenas sobre o comércio, os investimentos e a atividade econômica entre os dois países, mas também sobre variáveis macroeconômicas sensíveis, como a taxa de câmbio e a inflação. Em 2024, as exportações brasileiras de alimentos industrializados aos Estados Unidos somaram US$ 4,5 bilhões, 6,8% do total exportado pelo setor, com alta de 27,9% sobre o ano anterior.

Os principais produtos foram proteínas animais (US$ 1,41 bilhão), sucos (US$ 1,19 bilhão) e açúcares (US$ 604 milhões). No segmento in natura, o destaque foi o café em grão, com US$ 1,9 bilhão exportado, representando 80% do total enviado ao mercado norte-americano. No primeiro semestre de 2025, considerando o segmento de alimentos industrializados, as exportações brasileiras aos Estados Unidos atingiram US$ 2,83 bilhões, alta de 45,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais destaques foram as carnes bovinas refrigeradas e congeladas (US$ 791 milhões, +142,0%), óleos e gorduras vegetais (US$ 262,8 milhões, +84,5%) e sucos de frutas (US$ 743,5 milhões, +68,3%). Esses resultados reforçam a relevância crescente do setor no intercâmbio bilateral e o elevado grau de complementaridade entre as economias.

A União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS) e a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) expressaram "profunda preocupação" com o anúncio do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% às exportações brasileiras. As entidades classificam a medida como unilateral e prejudicial ao comércio global, além de representar uma ameaça direta à estabilidade econômica do País. Assim, a UNECS pede uma atuação firme das autoridades brasileiras em defesa dos princípios de soberania e multilateralismo econômico. É imperativo que a política externa e comercial do País seja conduzida de forma equilibrada e consciente, priorizando a manutenção dos acordos comerciais estabelecidos e a proteção dos interesses dos cidadãos.

Entre os setores que seriam mais impactados pelas tarifas, a associação cita metalurgia (aço e alumínio), petróleo bruto, químicos, café e carne bovina, que são produtos considerados fundamentais não só para a pauta exportadora, mas também como insumos para diversas cadeias produtivas. A entidade também critica o potencial efeito das tarifas sobre o emprego. Isso resulta em aumento de preços para o consumidor final, redução do poder de compra e, invariavelmente, risco de desemprego e diminuição crucial na entrada de dólares no País. Assim, a UNECS e a ABAD reiteram a defesa do livre mercado e da previsibilidade econômica, e conclamam ao diálogo entre os países como forma de preservar a competitividade do Brasil no cenário internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.