14/Jul/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (10/07), novas tarifas para o Canadá. Com a medida, 23 países já receberam as cartas que o republicano tem enviado diariamente, desde segunda-feira (07/07), em que informa as novas alíquotas para cada um dos governos. O Brasil lidera a lista com a maior taxa nessa nova rodada, com 50%. Segundo publicação em rede social, Trump disse que a sobretaxa aplicada ao Canadá será de 35%. A previsão é de que as cobranças, assim como as demais, comecem em 1º de agosto, mas Trump deixou aberta a possibilidade de negociações. O presidente norte-americano também ameaçou elevar as tarifas se o governo canadense adotar retaliação; ele já adotara a mesma conduta com os outros países taxados na semana passada.
Trump voltou a repetir que suas tarifas serão benéficas para a economia e que os Estados Unidos estão “recebendo centenas de bilhões de dólares em tarifas”. No centro da estratégia jurídica do presidente norte-americano está a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, uma lei de 1977 que presidentes anteriores usaram apenas para impor sanções e embargos a nações inimigas. Desde o início, a interpretação desencadeou uma onda de contestações judiciais, com empresas, autoridades estaduais e entidades de classe argumentando que ele havia excedido sua autoridade sob uma lei que nem sequer inclui a palavra tarifa. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que o seu governo está comprometido em continuar a trabalhar com os Estados Unidos para revisar as tarifas impostas ao país até o prazo final, em 1º de agosto.
"O governo canadense tem defendido prontamente nossos trabalhadores e empresas. Continuaremos a fazer isso", afirmou o premiê. Carney apontou que o país fez um "progresso vital" para interromper a entrada de fentanil nos Estados Unidos e que pretende continuar a fazê-lo para "salvar vidas e proteger comunidades em ambos os países". Ao mesmo tempo, o premiê canadense ressaltou que o governo federal, as províncias e territórios canadenses estão concentrados em projetos de interesse nacional para fortalecer a economia do Canadá e parcerias comerciais "ao redor do mundo". Para justificar as tarifas, Donald Trump afirmou que o Canadá "fracassou" no combate ao fentanil e não colaborou com os norte-americanos ao aplicar tarifas de retaliação. A alíquota é maior do que os 25% aplicados anteriormente, também sob argumentos de insatisfação com o combate ao fentanil e políticas de imigração.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou na sexta-feira (11/07) que os Estados Unidos impuseram tarifas de forma indiscriminada, minaram a ordem econômica e comercial internacional, frearam o crescimento global e chegaram a impor taxas altas a países pequenos e pobres. Em contraponto, a China defende o multilateralismo e o livre comércio, oferece acesso livre de tarifas a 100% dos produtos dos países menos desenvolvidos e promove a modernização conjunta ao compartilhar oportunidades de crescimento. As declarações foram divulgadas em comunicado do governo chinês sobre o encontro entre o ministro e sua homóloga do Canadá, Anita Anand, em Kuala Lumpur.
As relações entre China e Canadá passaram por reviravoltas nos últimos anos e "os acertos e erros são claros". Sem disputas territoriais ou geopolíticas entre os dois países, as partes podem se tornar parceiras na realização mútua. Wang Yi também afirmou que a China se opõe à ampliação do conceito de segurança nacional como justificativa para reprimir empresas chinesas e pediu que o Canadá ofereça um bom ambiente de negócios para o investimento chinês. Anita, por sua vez, disse que valoriza o relacionamento com a China e que a recente conversa entre os primeiros-ministros dos dois países foi um passo positivo para recolocar os laços bilaterais nos trilhos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.