11/Jul/2025
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a Pasta adotará ações proativas para minimizar os impactos das tarifas dos Estados Unidos sobre o agronegócio. "Diante da ação indecente do governo norte-americano, em taxar em 50% as exportações brasileiras, já estamos agindo de forma proativa", disse o ministro. Entre as ações adotadas, o ministro relatou que telefonou para as principais entidades representativas dos setores mais afetados: suco de laranja, carne bovina e café. "Para que possamos, juntos, ampliar as ações que já estamos realizando nos dois anos e meio do governo do presidente Lula: ampliar mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de crescimento para a agropecuária brasileira", afirmou Fávaro. O ministro destacou que vai reforçar as ações de aberturas e ampliações de mercado buscando os países do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global.
"São importantes mercados que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade", observou Fávaro. Carlos Fávaro afirmou que a reação à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos importados brasileiros não demanda cautela e sim "proatividade". "Nada de cautela. Reciprocidade não é cautela. E aqui é ser proativo", afirmou Fávaro. Segundo o ministro, é determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Pasta busque e amplie mercados e reduza tarifas com países interessados em negociar com o Brasil. "Enquanto alguns comemoram, a gente vai trabalhar pelo produtor", afirmou Fávaro. Entidades do setor produtivo acionaram o governo pedindo cautela nas negociações com o governo norte-americano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, “não se justifica sob hipótese alguma". Ele disse esperar que a medida seja revertida antes do dia 1º de agosto, prazo para que entre em vigor, mas garantiu que, se isso não ocorrer, o governo pode reagir às tarifas. O grupo de trabalho que vai ser formado sob a condução do vice-presidente Geraldo Alckmin vai analisar a Lei de Reciprocidade e todos os instrumentos que estão à disposição do governo brasileiro para levar ao presidente da República, mas o governo espera que até lá esse tipo de atitude seja repensado pelas vias diplomáticas e pela desistência dos setores de extrema-direita do Brasil em atacar a soberania nacional, disse Haddad. "Quem poderia estar pensando em proteção era o Brasil, e o Brasil não está pensando nisso", disse Haddad.
"Esse tipo de retaliação com finalidade político-ideológica, ele é contraproducente, ele desrespeita os 200 anos de tradição diplomática entre os dois países, que se dão muito bem", acrescentou Haddad, destacando que os canais diplomáticos estão abertos para tentar reverter as tarifas. O ministro aproveitou para criticar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos no começo deste ano e é visto como um articulador da extrema-direita com o governo Trump. "Tem um filho do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos, celebrando a decisão tomada e ameaçando o Brasil com novas decisões, a partir de 1º de agosto", disse Haddad. "Ele urdiu, gestou essa retaliação ao Brasil de lá. Não é uma coisa aceitável uma pessoa fazer uma coisa dessa. Isso realmente deveria indignar a todos nós, brasileiros", conclui. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.