11/Jul/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 0,24%, ante um avanço de 0,26% em maio. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,99%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,35% até junho, ante taxa de 5,32% até maio. A alta de 0,24% registrada pelo IPCA em junho foi o resultado mais brando desde janeiro de 2025, quando havia subido 0,16%. Considerando apenas meses de junho, o resultado foi o mais elevado desde 2022, quando houve elevação de 0,67%. Em junho de 2024, a taxa tinha sido de 0,21%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,23% em junho, após uma elevação de 0,35% em maio. Com o resultado, o índice acumulou alta de 3,08% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 5,18%, ante taxa de 5,20% até maio. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados.
Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,18% em junho, após alta de 0,17% em maio. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,04% para o IPCA, que subiu 0,24% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,43% em junho, após ter avançado 0,02% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, ante alta de 0,58% em maio. A queda nos preços dos alimentos em junho interrompeu uma sequência de nove meses de aumentos. Os preços dos alimentos caem devido a um aumento na oferta desses produtos. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,43% em junho.
As famílias pagaram menos pelo ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Por outro lado, o tomate ficou 3,25% mais caro. Após meses de pressão, o café moído diminuiu o ritmo de alta, com elevação de 0,56% em junho, em meio às expectativas pela safra maior. O café vinha num processo de alta, permanece numa variação positiva. Mas, o aumento na colheita já começa a ser percebido, embora necessite ainda de um tempo até chegar de fato às prateleiras. O preço no atacado começa a reduzir, e a expectativa é de um efeito na cadeia de produção chegando ao consumidor final. A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em junho: o lanche avançou 0,58%, e a refeição fora de casa subiu 0,41%.
Os preços de Transportes subiram 0,27% em junho, após queda de 0,37% em maio. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,06% para o IPCA, que subiu 0,24% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,42% em junho, após recuo de 0,72% no mês anterior. A gasolina caiu 0,34%, após ter registrado queda de 0,66% em maio, enquanto o etanol recuou 0,61% nesta leitura, após queda de 0,91% na última. Os aumentos nos preços do transporte por aplicativo (13,77%) e do conserto de automóvel (1,03%) pressionaram o custo das famílias com transportes em junho, a despeito da queda nos combustíveis. Houve reduções também no óleo diesel, -1,36%; no gás veicular, -1,10%; e no etanol, -0,61%. O táxi subiu 0,64%.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 1,19% em maio para uma alta de 0,99% em junho. O resultado levou a uma contribuição de 0,15% para a taxa de 0,24% registrada em junho. A energia elétrica residencial aumentou 2,96%, impulsionada pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1 no mês de junho, adicionando R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. O subitem exerceu a maior pressão individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,12%. A energia elétrica residencial já acumula uma alta de 6,93% no ano, principal pressão individual para a inflação do período, uma contribuição de 0,27% para a alta de 2,99% acumulada pelo IPCA. A alta acumulada na energia elétrica no primeiro semestre foi a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi 8,02%. Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,59%.
O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,54% em maio para uma alta de 0,07% em junho. O grupo contribuiu com 0,01% para a taxa de 0,24% do IPCA do último mês. O resultado foi sustentado pelo aumento de 0,57% no plano de saúde, com contribuição de 0,02% no IPCA de junho. O perfume recuou 3,26%, ajudando a deter a inflação em -0,04%, subitem de maior impacto negativo no IPCA do mês. O grupo Vestuário saiu de uma alta de 0,41% em maio para uma elevação de 0,75% em junho. O grupo contribuiu com 0,04% para a taxa de 0,24% do IPCA do último mês. As maiores contribuições partiram das altas na roupa masculina (1,03%), nos calçados e acessórios (0,92%) e na roupa feminina (0,44%).
Sete dos nove grupos que integram IPCA registraram altas de preços em junho. Houve recuo apenas em Alimentação e bebidas, queda de 0,18%, impacto de -0,04%. A taxa de Educação ficou estável, 0,00% (ou seja, contribuição de 0,00%). Na direção oposta, os preços subiram em Transportes (alta de 0,27%, impacto de 0,05%), Artigos de residência (0,08%, impacto de 0,00%), Habitação (aumento de 0,99%, uma contribuição de 0,15%), Despesas pessoais (0,23%, impacto de 0,02%), Saúde e cuidados pessoais (0,07%, impacto de 0,01%), Comunicação (0,11%, impacto de 0,01%) e Vestuário (0,75%, impacto de 0,04%). Em junho, 15 das 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços.
A queda de 3,26% nos perfumes exerceu a maior contribuição negativa individual sobre a inflação de junho, um impacto de -0,04% para a taxa de 0,24% registrada no mês. Figuraram ainda no ranking de principais alívios sobre o IPCA de junho o ovo de galinha (-0,02%), o arroz (-0,02%) e a gasolina (-0,02%). Na direção oposta, a principal pressão partiu da energia elétrica residencial, com alta de 2,96% e influência de 0,12%. Houve contribuições positivas também do transporte por aplicativo (0,03%), conserto de automóvel (0,02%) e plano de saúde (0,02%). A inflação tem rodado acima da meta há meses, mas os principais subitens de pressão não revelam influência de demanda. O grupo Alimentação e bebidas teve elevação de 6,66% em 12 meses, a maior variação entre os grupos, um impacto de 1,44% para a inflação no período.
Educação subiu 6,21% em 12 meses, uma contribuição de 0,87% para o IPCA, e Transportes avançaram 5,11%, impacto de 1,05%. Quanto aos subitens, os maiores impactos em 12 meses foram das carnes (23,63%, 0,55%), gasolina (6,60%, 0,34%), café moído (77,88%, 0,32%), cursos regulares (6,50%, 0,29%), plano de saúde (7,03%, 0,28%), refeição fora (7,08%, 0,25%) e energia elétrica (6,13%, 0,24%). Não têm influência de demanda de forma mais contundente. Sobre eventuais impactos sobre a inflação do aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre exportações brasileiras, é necessário aguardar o IPCA do mês que vem, para ver se haverá impacto de tarifaço. Trump tem anunciado tarifas, mas depois adiado sua implementação, abrindo então negociação entre governos afetados. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.