11/Jul/2025

Apontado como um dos setores mais afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o agronegócio está pedindo "cautela" ao governo. Em comunicados, ofícios, cartas e mensagens, representantes do setor produtivo acionaram autoridades dos ministérios técnicos e do Palácio do Planalto para "externar" a preocupação com o impacto da tarifa e recomendar "atuação diplomática". Os contatos foram endereçados ao Ministério da Agricultura, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e ao Ministério das Relações Exteriores. Representantes dos setores exportadores de café, carnes e suco de laranja acionaram autoridades do governo.

Em comum, representantes do setor apontam os impactos das tarifas ao Executivo e a necessidade de resposta cautelosa e pragmática ao governo norte-americano. Há uma preocupação enorme, porque não se está lidando com alguém tradicional que respeita as instituições, observou uma fonte. Outro interlocutor avalia que é preciso aguardar os desdobramentos, em especial o prazo dos próximos dias, já que as tarifas entram em vigor em 1º de agosto. "O contato deve ser contínuo", afirmou uma das fontes dos setores exportadores. Em 2024, o Brasil faturou US$ 12,082 bilhões com exportações de produtos agropecuários aos Estados Unidos, somando 9,39 milhões de toneladas, conforme dados da plataforma Agrostat, do Ministério da Agricultura.

Até maio de 2025, dado mais recente, as exportações agropecuárias brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 5,589 bilhões (1,4% mais ante os US$ 5,510 bilhões de igual intervalo de 2024), com 3,68 milhões de toneladas, ou 22,69% menos ante os 4,76 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2024. Na balança comercial com os Estados Unidos, o setor de produtos florestais lidera as exportações brasileiras para o país do Hemisfério Norte, com US$ 3,72 bilhões em 2024 e 4,87 milhões de toneladas exportadas), seguido de café (US$ 2,07 bilhões e 472,5 mil toneladas); carnes (US$ 1,41 bilhão e 248 mil toneladas) e sucos (principalmente suco de laranja), com US$ 1,19 bilhão e 1,32 milhão de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.