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11/Jul/2025

Nível elevado da tarifa dos EUA preocupa exportador

A Câmara Americana de Comércio (Amcham) expressou "profunda preocupação" sobre a tarifa de 50% que o governo dos Estados Unidos promete aplicar sobre produtos do Brasil a partir de 1º de agosto. A câmara de comércio, que reúne multinacionais com operações nos dois países, conclamou os dois governos a retomarem urgentemente o diálogo em busca de uma solução negociada. Trata-se de uma medida com potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países. A Amcham lembra da forte complementaridade do comércio de bens entre os países. Observa ainda que a balança do comércio bilateral foi superavitária do lado norte-americano nos últimos 15 anos. A Amcham Brasil, que há mais de um século atua pelo fortalecimento dos laços econômicos entre os dois países, conclama os governos a retomarem, com urgência, um diálogo construtivo. Reitera a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada.

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cúpula dos Brics, permeado por críticas aos Estados Unidos, deflagrou a taxação. O nível elevado da tarifa é alarmante e indica que o Brasil passou a ser tratado como um país que cometeu algo grave, prejudicando sua imagem no exterior. Ninguém imaginava que a tarifa viria nesse patamar. Esperava-se algo como 10% para se somar aos 10% atuais. Um nível de 50% só se aplica para países que fizeram algo muito grave política ou economicamente e contamina a imagem do País no exterior. A pergunta será: o que esse país pode ter feito para ser alvo de uma medida tão grave? Contudo, a decisão pode ser revertida, como ocorreu diversas vezes durante o governo Trump. Caso a tarifa não seja revogada, o setor de manufaturados terá as exportações inviabilizadas. Além disso, o capital estrangeiro pode deixar o País, e a captação de recursos tende a ficar mais difícil. As commodities, cujos preços são definidos no mercado internacional, têm perspectivas mais favoráveis.

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostra a ineficácia dos mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo o ex-embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Sergio Barbosa Serra. Antes de Trump, tarifas não eram impostas com base em critérios políticos e o mundo se tornou refém de um "tarifaço" do presidente norte-americano. É difícil julgar isso pelos padrões antigos. É um tarifaço global. Ninguém julgava com a tarifa, porque com a OMC não tinha isso. É uma novidade. Segundo o ex-embaixador, o presidente Lula precisa evitar um aumento do desgaste com os Estados Unidos e ir para a mesa de negociações, da mesma forma que outros países alvos das tarifas de Trump, como membros da União Europeia e o Canadá. O mundo inteiro está sofrendo isso. O governo não pode "politizar" as tarifas, mas deve adotar um tom de prudência e pragmatismo. Entre as medidas para contornar a situação, o ex-embaixador afirmou ser importante a ida da cúpula econômica do governo e do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, para os Estados Unidos.

Isso não deve ser tornar um assunto de política interna, tem que negociar para superar essas adversidades. Mas, é importante saber que há uma pessoa imprevisível do outro lado. O ex-embaixador também criticou a falta de canais de comunicação do governo Lula com o Executivo norte-americano. Por outro lado, a oposição ao governo Lula conseguiu criar uma rede de articulação com o governo norte-americano que construiu como resultado a tarifa anunciada na quarta-feira (09/07). A oposição já faz isso há oito meses. Donald Trump argumentou que o nível da taxa se dá por ordens judiciais que "censuram" mídias sociais norte-americanas e inibem a liberdade de expressão de cidadãos dos Estados Unidos. Segundo Trump, esses ataques do Brasil partem do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente norte-americano pontua a cláusula de retaliação e ameaça elevar ainda mais as tarifas caso o Brasil responda com medidas semelhantes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.