09/Jul/2025
Em um ano e meio de operação, a gestora de crédito MerX já desembolsou mais de R$ 200 milhões em financiamentos a produtores rurais, com 100% de adimplência nas 144 transações que realizou até aqui. Com o histórico positivo, a startup financeira tem o objetivo imediato de chegar a R$ 600 milhões em desembolsos em, no máximo, dois meses, e já vislumbra seu próximo passo: o de se transformar em um banco. Mais de 100 mil produtores que acessam o negócio, mas nem todos que acessam são financiados. A MerX avalia ter feito 500 mil análises de crédito. O negócio trabalha com escala. Para se tornar um banco, a MerX precisa solicitar uma licença específica do Banco Central, além de cumprir uma série de requisitos da autoridade monetária. O plano é dar entrada no pedido em 2026. A principal diferença entre a startup e os bancos tradicionais é a agilidade na concessão de crédito. As análises são feitas em menos de dois dias. Para ofertar os recursos aos produtores, a startup acertou uma parceria com a Indie Capital.
A gestora administra um fundo voltado ao financiamento do agronegócio que reúne aportes investidores institucionais, bancos e da própria MerX. Na análise prévia de cada operação, a agfintech usa uma tecnologia que cruza dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de uma propriedade para avaliar riscos, consultar as certificações disponíveis para aquela terra e indicar as melhores linhas financeiras para o proprietário. A maior parte da clientela é formada por cerealistas e cooperativas, que podem usar a plataforma digital da MerX para gerenciar as compras de grãos e acessar as análises fundiárias e ambientais. Além de financiamento rural, a MerX atua ainda com rastreabilidade de grãos e no apoio às exportações. Em 2024, a empresa lançou a Sigma, uma estrutura digital própria que conecta compradores e exportadores de soja, farelo de soja e milho e ajuda os cerealistas a obter melhores margens na negociação dos produtos.
A percepção dos fundadores da MerX era de que existia uma distância muito grande entre o campo e o mercado financeiro e que existiam oportunidades na economia verde que o campo encarava como ameaças. Os financiamentos liberados pela MerX já integraram a movimentação de mais de 50 milhões de toneladas de grãos. A agfintech tem a ambição de ser o primeiro ‘unicórnio’ (empresa iniciante de base tecnológica avaliada em pelo menos US$ 1 bilhão) do agro brasileiro. O foco é abrir capital na Nasdaq em até cinco anos, com um valuation comparado ao do Nubank. Isso equivaleria a cerca de US$ 20 bilhões ao fim desses cinco anos. Hoje, a MerX fatura, por mês, o que faturou em todo o ano de 2024. A receita crescerá 15 vezes de um ano para o outro e passará de R$ 1 bilhão já em 2026. O agro é um mar de desafios e oportunidades, mas é como qualquer outro setor da economia, que passa por ciclos de alta e baixa. A MerX considera o agro o setor mais importante da economia brasileira. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.