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09/Jul/2025

EUA estende o prazo das tarifas para 1º de agosto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estende formalmente o prazo para a implementação das chamadas tarifas "recíprocas" de 9 de julho para 1° de agosto. Com relação à China, a suspensão tarifária, realizada separadamente dos outros parceiros comerciais, permanece em vigor e não é alterada pela ordem de hoje. O comunicado também pontua que a equipe do presidente é orientada e autorizada a tomar "todas as medidas necessárias para implementar e efetivar esta ordem", inclusive por meio de suspensão temporária ou alteração de regulamentos ou avisos no Registro Federal. Trump também anunciou na segunda-feira (07/07) a aplicação de tarifas de importação contra 14 países para agosto, em nova rodada de medidas unilaterais. Donald Trump afirmou que as cartas enviadas na segunda-feira (07/07) a países com informações sobre imposição de tarifas são "ofertas finais".

Trump, contudo, disse que se o governo norte-americano preferir outras propostas, poderá agir. Ainda, Donald Trump assegurou nesta terça-feira (08/07) que o prazo de 1º de agosto para o estabelecimento das tarifas recíprocas não será mais prorrogado. "Conforme cartas enviadas a vários países ontem, além das cartas que serão enviadas hoje, amanhã e pelo próximo curto período de tempo, as tarifas começarão a ser pagas em 1º de agosto de 2025", escreveu em publicação em rede social. Trump acrescentou que "não houve" e nem "haverá" mudança nessa data. "Em outras palavras, todo o dinheiro será devido e pagável a partir de 1º de agosto de 2025. Nenhuma extensão será concedida", reforçou. Trump afirmou que o prazo de 1º de agosto para a implementação das tarifas comerciais "não é uma mudança, é um esclarecimento". Segundo ele, "queremos que países negociem comercialmente conosco. O prazo é um incentivo e as nações estão dispostas a nos dar tudo agora".

Trump também confirmou que "muitos acordos comerciais serão fechados em breve" e que deve mandar uma carta para a União Europeia (UE) em até dois dias. Donald Trump comentou nesta terça-feira (08/07) a atuação dos Brics, afirmando que o grupo "foi criado para nos atingir e desvalorizar o dólar". Quem se alinhar a esse bloco, advertiu que pagará uma tarifa de 10%. Apesar de minimizar o impacto do grupo, ressaltou que o "Brics não é um problema sério, mas eles estão tentando desvalorizar e destruir nosso dólar. Se perdemos o valor do dólar, é como se tivéssemos perdido uma guerra. Quem tentar desafiar o dólar vai pagar o preço". Ele voltou a ameaçar que "países do Brics terão tarifa de 10% muito em breve", sem citar o Brasil ou qualquer outro país-membro em específico. Sobre os acordos comerciais, ele destacou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “tem sido muito gentil recentemente, mas eles nos trataram mal até pouco tempo atrás".

Sobre as tarifas, afirmou que "estamos escolhendo alíquota para tarifas que seja baixa e justa com países. A maioria das alíquotas de tarifas é menor do que as que os Estados Unidos pagam". O republicano ainda revelou que algumas taxas podem chegar a 70%. "Posso ir além com as tarifas", disse, mas ponderou que ele "poderia ter sido muito mais rigoroso no comércio. Não quis prejudicar os outros países". Segundo Trump, “as cartas (sobre tarifas) que estou enviando significam um acordo fechado". Apesar da pressão, ele demonstrou certa flexibilidade: "é muito demorado fechar acordos. Podemos fazer coisas ao longo dos anos. Nós não somos inflexíveis". Donald Trump afirmou ainda que as receitas provenientes das tarifas comerciais estão em forte expansão e começando a entrar em níveis recordes. Segundo ele, "grande parte do dinheiro das tarifas vai começar a chegar em 1º de agosto", data em que novas taxas entrarão em vigor, conforme cartas enviadas a algumas nações.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçou os dados apresentados por Trump, afirmando que os cofres públicos já foram beneficiados com cifras bilionárias. "Já recebemos US$ 100 bilhões de tarifas até agora", disse. Ele ainda estimou que a arrecadação com as tarifas pode crescer substancialmente nos próximos meses. "Poderemos aumentar arrecadação para até US$ 300 bilhões com tarifas até fim do ano", acrescentou. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a decisão do governo norte-americano de estender o prazo de negociações de tarifas prolonga a incerteza e a instabilidade para os países. Essa medida mina investimentos de longo prazo e contratos comerciais, e cria ainda mais incerteza e instabilidade. A incerteza, combinada com cortes profundos na ajuda ao desenvolvimento, criou um "choque duplo" para os países em desenvolvimento.

O Japão está determinado a fechar um acordo comercial justo com os Estados Unidos, afirmou o primeiro-ministro Shigeru Ishiba após o governo Trump estender o prazo para a aplicação das chamadas tarifas "recíprocas". Para a Fitch Solutions, o Japão não deve chegar a um acerto com os Estados Unidos, a menos que um eventual acordo inclua uma grande redução nas tarifas sobre automóveis. Carros representam quase 30% das exportações do Japão para os Estados Unidos e são fundamentais para o emprego e a produção industrial. O Japão continuará avaliando o impacto das tarifas dos Estados Unidos na economia e tomará todas as medidas possíveis para proteger as indústrias locais, inclusive por meio de apoio ao financiamento corporativo. Donald Trump vem intensificando a pressão sobre o Japão nos últimos tempos, queixando-se de que o país asiático não compra produtos norte-americanos em volume suficiente, como no caso do arroz, classificando o comércio automotivo de injusto.

Ainda, os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (08/07) tarifa de 50% sobre importações de cobre que devem começar a entrar em vigor entre o final deste mês e 1° de agosto. O secretário de comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que o governo norte-americano conduziu um extenso estudo sobre as condições de mercado e concluiu que a commodity metálica deve ser alvo de sobretaxa igual à cobrada de alumínio e aço. O objetivo é "trazer a produção de volta" para os Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.