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08/Jul/2025

EUA ameaça Brics com uma tarifa adicional de 10%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou os países ligados ao Brics com uma tarifa adicional de importação de 10%. "Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics será submetido a uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção a este assunto!", escreveu o republicano em rede social no domingo (06/07). A ameaça de Trump ocorreu durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, que terminou nesta segunda-feira (07/06). No encontro, os países integrantes do bloco sinalizaram “sérias preocupações” com as medidas protecionistas e unilaterais de comércio, em referência à guerra tarifária deflagrada pelo presidente norte-americano, sem citá-lo nominalmente. A secretária de Comunicação e porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta segunda-feira (07/07) que o presidente norte-americano, Donald Trump, acredita que o Brics está "tentando minar os interesses dos Estados Unidos". Ela pontuou que o presidente "monitorou de perto" a cúpula do grupo que aconteceu no Rio de Janeiro.

Representantes dos governos da China, da Rússia e da África do Sul responderam à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas países que se alinharem ao Brics com uma alíquota adicional de 10%, após o bloco condenar a imposição unilateral de medidas de restrição comercial. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning reiterou que o país "sempre se opôs a guerras tarifárias e comerciais, e ao uso de tarifas como ferramentas de coerção e pressão". "A imposição arbitrária de tarifas não está no interesse de ninguém". Ning também defendeu o Brics como uma "força positiva e inclusiva" nas relações internacionais e acrescentou que o bloco "não está contra nenhum país". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também afirmou que o Brics apenas atua em torno dos seus próprios interesses, compartilhando uma "visão comum" de cooperação global, mas não está, e nunca estará, direcionado contra países terceiros.

O Ministério do Comércio da África do Sul afirmou que o país ainda pretende negociar tarifas com o presidente Trump e esclareceu que não possui uma postura "antiamericana". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente dos Estados Unidos não deveria ficar ameaçando presidentes de outros países através da internet e que há outros fóruns para o presidente de um país do tamanho e importância dos Estados Unidos falar com outros países, concluiu o presidente Lula. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (07/07), que o Brasil busque mais alternativas para fortalecer o comércio exterior recíproco. A declaração foi dada após ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que países alinhados às "políticas antiamericanas do Brics" vão pagar uma tarifa adicional de 10%.

"O que nós defendemos é avançar no diálogo, como está sendo feito, e buscar mais alternativas para fortalecer o comércio exterior recíproco. Os Estados Unidos só têm a ganhar com o Brasil. Nós somos um parceiro muito importante e os Estados Unidos também é um parceiro importante, é o maior investidor no Brasil", afirmou. Questionado sobre quais seriam essas alternativas, Alckmin reiterou que há um leque amplo na área agrícola, área industrial, serviços, combustível, energia, minerais estratégicos. O vice-presidente repetiu ainda que o caminho é continuar mantendo diálogo com os Estados Unidos e buscar complementaridade econômica. Ele reiterou que o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança comercial de mais de US$ 1 trilhão, mas tem superávit comercial com o Brasil. Segundo a Fitch Ratings. a ameaça do presidente dos Estados Unidos de taxar países alinhados às "políticas antiamericanas" do Brics com uma tarifa adicional de importação de 10% pode respingar no Brasil, mas o cenário é incerto.

O País integra o bloco formado por Rússia, Índia, China e África do Sul. O Brasil foi taxado em 10% pelas tarifas recíprocas de Donald Trump, anunciadas em 2 de abril, figurando entre os países menos afetados pelas novas políticas comerciais dos Estados Unidos. Mas, na sequência, o republicano anunciou uma pausa de 90 dias para negociações, que termina nesta quarta-feira (09/07), mantendo o patamar de 10% para todos os países, o que igualou o Brasil aos demais. Por sua vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil é soberano e que também pode taxar os Estados Unidos. Na imprensa norte-americana, circulam rumores de que o governo Trump não pretende impor imediatamente uma nova tarifa de 10% contra os membros do Brics, mas pretende cumprir a ameaça aos países que adotarem medidas consideradas "antiamericanas". Ainda há muitas incertezas em torno das políticas comerciais que os Estados Unidos devem adotar após o fim da trégua tarifária. Não há clareza sobre essas ameaças que continuam surgindo e desaparecendo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.