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07/Jul/2025

Previsão de desaceleração da inflação de alimentos

O ritmo de aumento dos preços dos alimentos semielaborados e de parte dos industrializados diminuiu e deve contribuir para o arrefecimento da inflação agora, mas a perspectiva para os grupos no restante do ano é incerta e inibe revisões para baixo nas projeções do mercado para a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as condições necessárias para que alimentos que sofrem algum grau de transformação fiquem mais baratos estão se formando, atreladas à melhora climática em comparação com o ano anterior, sem os fenômenos climáticos El Niño e La Niña. Se os preços desses produtos ficarem mais comportados, a inflação medida pelo IPCA deve encerrar o ano perto de 4,9%. Caso contrário, pode ficar entre 5,4% e 5,5%, nível em que se encontra hoje.

De acordo com a classificação de alimentos realizada pelo Banco Central (BC), existem três grupos: in natura, aqueles que não sofrem nenhuma transformação, como ovos, tubérculos, frutas e verduras; semielaborados, que já possuem certo grau de transformação, por exemplo, carnes bovinas, suínas, leite e cereais; e industrializados, cujo grau de transformação é maior e contempla uma ampla gama de produtos. Os alimentos industrializados têm o maior peso dentro da inflação de alimentação no domicílio, com 53% de contribuição, enquanto os semielaborados participam com 32% e os in natura com 15%. A visibilidade sobre os preços de alimentos industrializados, no entanto, é prejudicada pelo fato de os custos de produção, que representam pouco mais da metade do valor de produtos alimentícios, serem influenciados por componentes sujeitos a fortes variações, como o câmbio e o petróleo.

Segundo a Quantitas, o câmbio é hoje a variável que mais pesa nessa conta. No cenário atual, o movimento do mercado global favorece as moedas emergentes, mas segue dependente majoritariamente de fatores externos. O viés é baixista para o IPCA de 2025, devido à recente apreciação do Real ante o dólar. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), a expectativa é de continuidade na reversão da alta dos preços de alimentos em geral até julho, mas nos semielaborados e industrializados a mudança será mais lenta. A dinâmica desses preços é um pouco diferente. Enquanto os in natura são mais voláteis, esses alimentos demoram mais para subir e para cair. A previsão é de desaceleração da inflação de alimentos industrializados entre junho e julho como reflexo do recuo nos preços no atacado, algo que já aparece em índices de preços e em dados de instituições como o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O pior momento da inflação de alimentação no domicílio no IPCA foi registrado em novembro de 2024. No acumulado em 12 meses daquele período, a alta foi de 8,4%. No acumulado até maio de 2025, a inflação é de 7,2%. Por essa métrica, a inflação não vai ceder muito no curto prazo, mas o movimento será mais perceptível na margem. Entre os alimentos que reduziram a alta, se destacam o leite longa vida e os cereais, como arroz e feijão. Por outro lado, seguem com os preços pressionados o café moído, o café solúvel e a carne bovina, que pode ainda apresentar uma nova elevação no preço até o final do ano. Dentro da alimentação no domicílio, o café possui peso de 4,4%, leite longa vida de 4,8%, cereais de 5,2% e carnes de 17,3%. A expectativa é de que em junho o IPCA registre deflação de 0,50% na alimentação no domicílio, retornando para o terreno positivo ainda em julho, com alta prevista de 0,10%. Em agosto, no entanto, o movimento ainda é incerto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.