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04/Jul/2025

Previsão climática para próximos meses no Brasil

Segundo a StoneX, o início da próxima safra de soja pode ser prejudicado por bloqueios atmosféricos que persistem sobre as Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Essas barreiras dificultam a entrada de umidade, podendo atrasar o retorno das chuvas que normalmente marcam o plantio de verão. A avaliação tem como base o Índice de Umidade por Diferença Normalizada (NDMI), que mostra a umidade da vegetação e do solo a partir do balanço entre chuva, evapotranspiração e saúde da cobertura vegetal. O indicador aponta melhora das condições em boa parte do território nacional em 2025, especialmente quando comparado a anos críticos como 2021, marcado por geadas severas; e 2024, ano de forte déficit hídrico. Essa recuperação favorece a colheita mecanizada de milho, cana-de-açúcar e café, além de reduzir o risco de compactação do solo. A umidade também ajuda a manter o calor durante a noite, amenizando a intensidade das geadas. Ainda assim, regiões como o interior da Região Nordeste, norte de Minas Gerais, extremo oeste de Goiás e áreas de Mato Grosso seguem com baixos níveis de umidade.

Essas regiões, que já apresentaram padrões semelhantes em 2021 e 2024, revelam sinais consistentes de degradação ambiental. Apesar da melhora geral, o risco climático continua elevado no inverno. No período mais seco do ano no Brasil, o risco climático permanece elevado, com possibilidade de ocorrência de geadas e focos de incêndio. A previsão climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), por meio do Centro de Previsão Climática dos EUA (NCEP), indica que o fenômeno climático ENSO deve permanecer neutro neste inverno, com 82% de chance. Ou seja, sem El Niño nem La Niña. Para parte do verão, a probabilidade dessa neutralidade cair para 48%. A maioria dos modelos aponta para um leve resfriamento das águas do Pacífico, o que pode favorecer a formação de uma nova La Niña. Os modelos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) preveem chuvas mais concentradas nos extremos do Brasil neste início de inverno. As regiões com maior volume devem ser o Norte, especialmente Amazonas, Amapá e Roraima; o litoral das Regiões Nordeste e o Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul.

Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o bloqueio atmosférico deve dificultar a chegada da umidade. Esse fenômeno atinge sua maior abrangência em julho e tende a reduzir-se gradualmente até setembro. Esse bloqueio pode atrasar o início das chuvas que normalmente marcam a abertura da janela de plantio da safra de verão. Em setembro, frentes frias devem trazer as primeiras precipitações ao Centro-Sul. Em outubro, os modelos indicam uma faixa de alta umidade subindo do Norte em direção ao Amazonas e ao Mato Grosso, associada ao fluxo da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). No entanto, a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que provoca chuvas mais intensas e abrangentes no Sudeste, segue improvável. A análise pluviométrica do modelo BAM-1.2, desenvolvido pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Inpe, indica chuvas abaixo da média em julho no norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sul do Paraná. Em agosto, os volumes devem ficar próximos da média, com déficit na Região Nordeste e excedente em Santa Catarina.

Para setembro e outubro, a previsão é de redistribuição das chuvas, com variações entre as regiões. As temperaturas médias devem permanecer até 1,5°C acima da média histórica. As temperaturas médias deverão se manter até 1,5°C acima da normal climatológica em várias regiões, sob influência das mudanças climáticas impulsionadas por ações humanas. Esse aquecimento intensifica a evaporação da água do solo e da vegetação, o que agrava a perda hídrica e a vulnerabilidade climática, mesmo em anos com ENSO neutro. Para os próximos meses, a perspectiva é menos adversa do que nos últimos dois anos, mas ainda há riscos relevantes. Geadas e incêndios seguem como ameaças recorrentes, sobretudo no Centro-Sul e em áreas canavieiras. Além disso, o atraso no início das chuvas pode atrapalhar a florada do café e comprometer o planejamento da semeadura de grãos. Como não há um sinal claro de formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, existe a possibilidade de atraso no início do período regular de chuvas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.