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03/Jul/2025

Dólar cai e fecha no menor nível desde agosto/2024

Após subir 0,50% na terça-feira (1º/07) e ultrapassar a barreira de R$ 5,45, o dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (02/07), em queda firme e voltou a fechar na casa de R$ 5,42, nos menores níveis desde agosto. Operadores não identificam um gatilho específico para a apreciação do Real, mas ressaltam que as divisas latino-americanas, à exceção do peso mexicano, ganharam terreno com a alta do minério de ferro e do petróleo. Dados fracos do mercado de trabalho norte-americano também podem ter dado impulso a divisas da região, ao sugerir mais espaço para corte de juros nos Estados Unidos neste ano. Outro ponto que pode estar por trás do fôlego extra da moeda brasileira é a perspectiva de manutenção da taxa Selic em 15% por um "período bastante prolongado". Além de desencorajar o carregamento de posições em dólar, os juros altos aumentam a atratividade das operações de carry trade. Afora uma alta pontual no início dos negócios, quando registrou máxima a R$ 5,48, o dólar trabalhou em baixa no restante do pregão.

Com mínima a R$ 5,41 na última hora do pregão, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,75%, a R$ 5,42, no menor valor desde 19 de agosto (R$ 5,41). Segundo a Treviso Corretora, continua o ingresso de recursos para aproveitar o juro real elevado do Brasil, de quase 10%. Parece que a disputa jurídica entre governo e Congresso não assusta os investidores estrangeiros, em referência à questão do IOF. Ministros do STF veem a abertura de canais de diálogo para uma conciliação entre Executivo e Legislativo como uma boa saída para o impasse envolvendo o IOF. A ação do governo é relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, que deve pedir informações às partes nos próximos dias. Cabe a ele proferir uma liminar para suspender o ato legislativo ou, ainda, submeter o processo à conciliação entre as partes. Se não houver aumento dos ruídos políticos locais com a queda de braço entre governo e Congresso, é possível que o Real experimente nova rodada de apreciação, com a taxa de câmbio descendo até R$ 5,30, diante da tendência de enfraquecimento global da moeda norte-americana.

Se houvesse confiança de que o governo está realmente comprometido com o equilíbrio das contas públicas, o dólar poderia ficar mais perto de R$ 5,00. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica depende do decreto do IOF para garantir o cumprimento da meta fiscal do ano que vem, de superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A Ibiuna Investimentos afirma que, além dos "ventos globais favoráveis", dois fatores ajudaram o Real nos últimos meses: a elevação da Selic para 15%, que elevou o diferencial de juros e aumentou sobremaneira a atratividade das operações de carrego, e a mudança do ambiente político, com aumento da probabilidade de alternância do poder e, portanto, da política econômica, nas eleições de 2026. A gestora mantém aposta em enfraquecimento do dólar com posições em euro, peso mexicano e Real. O Banco Central reiterou que o regime é de câmbio flutuante e que o BC intervém apenas em caso de disfuncionalidades no mercado.

O destino da taxa de câmbio está mais relacionado ao comportamento da moeda norte-americana no exterior do que com o Real. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, apresentava leve queda, na casa dos 96,700 pontos. Na semana, o Dollar Index cai cerca de 0,50%. Relatório da ADP mostrou eliminação de 33 mil vagas no setor privado norte-americano em junho, quando a expectativa era de geração de 115 mil postos. Investidores aguardam a divulgação, nesta quinta-feira (03/07), do relatório de emprego (payroll) de junho para calibrar as apostas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O presidente do Fed, Jerome Powell, não descartou a possibilidade de corte de juros já no encontro de política monetária do banco em julho, embora tenha alertado para as incertezas e o impacto inflacionário provocados pelo tarifaço de Donald Trump. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.