03/Jul/2025
O banco cooperativo Sicoob prevê conceder R$ 60 bilhões em financiamentos agropecuários na safra 2025/26, que começou ontem e se estende até 30 de junho do ano que vem. O valor é 8% superior ao concedido pelo Sicoob na safra anterior, de R$ 55,4 bilhões. "Devemos ter mais um ano de crescimento. Tomamos o calor da demanda para essa estimativa e já garantimos o funding necessário para essa liberação", disse o diretor-presidente do Sicoob, Marco Aurélio Almada, em coletiva de imprensa para apresentação das projeções da safra 2025/2026 do Sicoob. Do montante, o Sicoob espera desembolsar R$ 24,6 bilhões em linhas de crédito de custeio e industrialização, R$ 9 bilhões a investimentos em modernização e infraestrutura e R$ 4,2 bilhões à comercialização. O valor restante deve ser liberado em Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPRFs). Em relação ao porte dos produtores, cerca de 30% dos recursos do Sicoob devem ser destinados a pequenos e médios produtores.
A projeção do Sicoob é destinar R$ 7,2 bilhões em operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 10,8 bilhões em operações do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Do montante total, o Sicoob prevê direcionar 39% dos recursos para agricultura, com foco em soja e café; 25% para pecuária, sobretudo em bovinocultura; e 36% em operações de CPRFs para diversos produtos. "Em Minas Gerais, Rondônia e Santa Catarina somos o principal agente privado no financiamento do agro e seguimos avançando em outros Estados", afirmou Almada. Atualmente, o banco cooperativo atende 600 mil produtores rurais. O Sicoob espera que R$ 22 bilhões sejam liberados na safra a partir de CPRFs. "Rompemos barreiras de liberação de CPRs de R$ 1 bilhão para R$ 20 bilhões por safra. A tendência é que continue crescendo", afirmou o superintendente comercial de agronegócio na Sicoob, Luciano Ribeiro.
Em relação ao funding de recursos, o Sicoob prevê R$ 29 bilhões em recursos livres (sendo pouco mais de R$ 22 bilhões via CPRs), R$ 14,4 bilhões com recursos equalizados pelo Tesouro, sendo parte atendido com recursos da poupança e parte de LCAs, R$ 8 bilhões de recursos com fontes provenientes de recursos do BNDES e de Fundos Constitucionais e Funcafé, R$ 6 bilhões provenientes de Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural (DIR) e R$ 3 bilhões provenientes de recursos próprios. Para o diretor Comercial do Sicoob, Francisco Reposse Junior, produtores rurais vêm mostrando resiliência nos últimos anos, apesar de taxas de juros voláteis. "A taxa de juros inibe o apetite do produtor e do tomador de crédito. O crescimento vai depender de os mercados agropecuários continuarem firmes", apontou Reposse Junior. O Sicoob espera operar R$ 14,37 bilhões em recursos equalizados pelo Tesouro na safra 2025/2026, que começou no dia 1º de julho.
O volume, se confirmado, será 51% superior à fatia obtida na safra passada de R$ 9,5 bilhões. "Estamos otimistas. Ano a ano crescemos em recursos equalizados e agora esperamos R$ 4,8 bilhões a mais", afirmou o diretor Comercial do Sicoob, Francisco Reposse Junior. O pedido do Sicoob foi de R$ 16 bilhões em recursos equalizados. A projeção do Sicoob se baseia nos comunicados do Tesouro às instituições financeiras, mas o resultado do leilão dos recursos equalizados entre os agentes financeiros será conhecido em portaria publicada pela Secretaria do Tesouro Nacional, prevista para sexta-feira. Ao todo, 25 instituições financeiras vão operar o crédito equalizado na safra 2025/2026. Ao todo, o Plano Safra 2025/2026 terá R$ 157,233 bilhões em recursos equalizados pelo Tesouro para agricultura familiar e empresarial. O valor é 13,8% superior ao ofertado na temporada anterior, de R$ 138,209 bilhões.
Do montante de recursos com taxas de juros subvencionadas pelo Tesouro nesta temporada, R$ 113,778 bilhões irão para equalização das linhas voltadas a médios e grandes produtores, e outros R$ 43,455 bilhões foram destinados para equalização dos financiamentos direcionados aos agricultores familiares. O superintendente Financeiro do Sicoob, Tobias Fragoso, classificou como adequada a alteração do governo em limitar o spread (CAT) a ser ofertado pelas instituições financeiras para operar o crédito equalizado. De acordo com ele, o spread médio das linhas operadas pelo Sicoob ficou em 3%. "A adoção de teto no spread não afetou nosso pedido de crédito equalizado. Historicamente, nossos spreads são menores que de outras instituições financeiras, com cuidado para o spread estar adequado em um mínimo econômico viável para garantir o funding ao produtor rural", observou.
Os juros elevados, ancorados na taxa básica de juros, a Selic, podem inibir o apetite do produtor rural por crédito rural na safra 2025/2026. A avaliação é do diretor Comercial do banco cooperativo Sicoob, Francisco Reposse Junior. "A taxa de juros inibe o apetite do produtor e do tomador de crédito, mas vemos resiliência do crédito diante de mudanças de taxas de 9%, a 12% a 14%, do Plano Safra 2020/2021 ao atual. Talvez o produtor fique mais seletivo na tomada de crédito. O crescimento vai depender de os mercados agropecuários continuarem firmes", apontou Reposse Junior em coletiva de imprensa nesta quarta-feira. "Estamos atentos a esse cenário". O governo elevou as taxas de juros aplicadas em todas as linhas do Plano Safra 2025/2026, anunciadas nesta semana, dada a pressão da Selic que passou de 10,5% ao ano a 15% em um ano.
Na agricultura familiar, os juros variam de 0,5% ao ano a 8% ao ano, enquanto na agricultura empresarial, as taxas serão de 8,5% ao ano a 14% ao ano. O superintendente Comercial de Agronegócio do Sicoob, Luciano Ribeiro, informou que o aumento de até 2% nos juros dos recursos controlados também tem efeito em recursos livres, já que tradicionalmente as taxas do Plano Safra são utilizadas como base para os agentes financeiros. "Ao aumentar a taxa de juros, o resultado da atividade agropecuária cai. Mas vemos os mercados agropecuários firmes, com janela de antecipação de grãos, em café e na pecuária", observou Ribeiro. "A decisão de financiamento do produtor é sensibilizada pelos juros, o que nos preocupa é apetite quanto a investimentos de longo prazo porque reflete no custo de produção. O produtor tende a avaliar se realmente é o momento oportuno de realizar investimento", apontou, se referindo à maior cautela dos produtores rurais em investimentos de longo prazo.
Questionados sobre a inadimplência, os executivos afirmaram que o atraso nos pagamentos de empréstimos rurais aumentou quase 50% da safra 2023/2024 para a 2024/2025, encerrada na última segunda-feira (30/06). "A inadimplência avançou muito entre as safras, mas ainda inferior ao da pessoa física e jurídica. Mas não é um crescimento que nos assuste dado o volume e a pulverização da nossa carteira", afirmou Reposse Junior. "É importante analisar caso a caso. Uma regra geral de renegociação não adianta para resolver a inadimplência", pontuou o diretor Comercial do Sicoob. Ribeiro acrescentou que hoje o Sicoob possui apenas R$ 634 milhões de estoque de renegociação, enquanto sua carteira de crédito rural é de R$ 82 bilhões; "É um número muito baixo. Isso justifica uma inadimplência tão baixa", pontuou. Há também, segundo Reposse Junior, baixa exposição da carteira do Sicoob ao endividamento dos produtores do Rio Grande do Sul.
"O valor de nossas operações afetadas nas regiões que registraram perdas de safra é irrisório. Menos de um décimo do que disponibilizamos de renegociação para a região foi utilizado. Não acreditamos em uma regra geral de renegociação para todos e, sim, caso a caso", concluiu. O banco cooperativo Sicoob liberou R$ 55,4 bilhões em financiamentos agropecuários na safra 2024/2025, que terminou na segunda-feira (30/06). O valor é 14,5% superior aos R$ 48,4 bilhões liberados pelo Sicoob na safra anterior. Os números foram apresentados em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira. Deste montante, R$ 25 bilhões foram de recursos livres (sendo R$ 20,1 bilhões de Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPRFs). O diretor Comercial do Sicoob, Francisco Reposse Junior, destacou que o banco cooperativo atingiu sua meta de desembolso na safra. "Foram 197 mil contratos de crédito rural na safra, sendo 63,5 mil de pequenos produtores, alcançando produtores de todos os portes e atividades em todas as regiões do País. Foi o maior operado com as CPRs ganhando relevância", afirmou Reposse Junior.
Do total, o Sicoob liberou R$ 21,2 bilhões para as linhas de custeio, aumento de 9% entre as safras. Outros R$ 8,3 bilhões foram aportados em linhas de investimento. Em relação ao porte dos produtores, R$ 6,35 bilhões foram aportados em financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf, aumento de 18%), R$ 9,98 bilhões em operações do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp, avanço de 23%) e R$ 39,08 bilhões a demais produtores, aumento de 12%. Em relação às atividades financiadas, 25% dos recursos foram destinados à pecuária, com destaque para a bovinocultura; 39% à agricultura, com foco em soja e café; e 36% a operações de CPRF em diversos produtos. O ticket médio das operações firmadas pelo Sicoob na safra foi de R$ 306 mil, contemplando produtores de diferentes perfis e portes. Com o desempenho da safra, o Sicoob alcançou market share de 7% no crédito rural. Fonte: Broadcast Agro.