03/Jul/2025
O Japão deverá continuar em busca de um acordo comercial vantajoso para ambos os lados com os Estados Unidos, mesmo enquanto o presidente Donald Trump aumenta as ameaças de impor tarifas sobre produtos japoneses. A visão é de que um acordo precisa beneficiar tanto o Japão quanto os Estados Unidos. Os comentários foram feitos após Donald Trump sugerir aumentar as tarifas sobre importações do Japão para até 30% ou 35%. O ministro japonês da Revitalização Econômica, Ryosei Akazawa, afirmou que o Japão não deve apressar um acordo com os Estados Unidos que prejudique os interesses nacionais do país, apesar de reconhecer o prazo de 9 de julho como um marco importante.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou estar disposto a equilibrar o comércio com os Estados Unidos, mas não comprará mais produtos norte-americanos apenas com esse propósito. O Japão considera fundamental é proteger os interesses nacionais, focando investimentos em vez de tarifas. As declarações de Ishiba vêm em um momento em que o presidente dos Estados Unidos eleva a pressão sobre o Japão antes do prazo de 9 de julho para fechar um acordo comercial ou passar a pagar as chamadas "tarifas recíprocas". "Não tenho certeza se fecharemos um acordo. Com o Japão, duvido", disse Trump. Donald Trump se queixa que o Japão não está comprando mais bens norte-americanos, como carros, arroz ou petróleo.
Ishiba demonstrou firmeza em relação à possibilidade de concessões de importação, indicando que o Japão só comprará produtos que estejam alinhados com seus interesses e padrões nacionais. "Carros fabricados nos Estados Unidos, aqueles com direção à esquerda, de tamanho grande e baixa economia de combustível, simplesmente não serão vendidos aqui", disse o primeiro-ministro. Os Estados Unidos precisariam produzir veículos adequados ao mercado japonês, considerando os padrões de segurança. Se as vendas de carros japoneses nos Estados Unidos caírem como resultado de atritos comerciais, o governo japonês tomará medidas para impulsionar a demanda doméstica e buscar outros destinos de exportação de forma a proteger nossa indústria automobilística, disse Ishiba.
Ishiba enfatizou novamente a contribuição do Japão para a economia norte-americana, dizendo que o país asiático fez grandes investimentos nos Estados Unidos e criou muitos empregos. O principal negociador do Japão, Ryosei Akazawa, esteve em Washington para várias rodadas de negociações, mas disse recentemente que ainda há áreas onde os Estados Unidos e o Japão não estão alinhados. "Não acredito que devamos chegar a um compromisso com os Estados Unidos quando contrariar nossos interesses nacionais", afirmou Ishiba. Fontes: Broadcast Agro e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.