02/Jul/2025
O Plano Safra 2025/2026 da agricultura empresarial terá aumento de juros em todas as linhas de financiamento. A elevação será de 1,5% a 2%, de 8,5% a 14% ao ano, entre as linhas de custeio e investimento. No Plano Safra anterior, os juros oscilavam de 7% a 12%. Nas linhas de investimento, os juros variam entre 8,5% e 13,5% ao ano. No custeio, as taxas são de 10% para médios produtores e de 14% para grandes produtores. O maior patamar é de 14% para custeio empresarial, enquanto o menor nível de juros é de 8,5% para o RenovAgro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) Ambiental e de Conversão de pastagens e para o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) até 12 mil toneladas. O aumento dos juros foi considerado inevitável pelo governo diante da escalada da Selic que passou de 10,5% a 15% ao ano entre as safras. Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o aumento dos juros foi "muito moderado" na comparação com a escalada da Selic.
A Selic aumentou 4,5%, enquanto o aumento das taxas de juros no Plano Safra foi de 1,5% a 2% somente. É um Plano Safra com recorde de recursos e que a taxa de juros não subiu na mesma proporção que o Banco Central subiu a Selic. Ao contrário disso, foi um crescimento de um terço do que subiu a Selic, avaliou o ministro. Fávaro destacou, que apesar do aumento dos juros, as taxas aplicadas nos financiamentos da agricultura empresarial continuam abaixo da Selic, mantendo a atratividade dos recursos aos produtores. O maior juro, de 14%, fica ainda 1% inferior ao atual patamar da Selic. Em grandes linhas, como o RenovAgro, os juros ficaram em 8,5% ao ano, o que exigiu equalização de 6,5% considerando o custo de captação de 15% ao ano em um cenário orçamentário difícil. O custo dobrou, apontou Fávaro. O ministro afirmou que o governo vai dar mais um passo na concessão de desconto dos juros a custeio sustentável, para além do 0,5% para o produtor com Cadastro Ambiental Rural validado.
Produtores que usam bioinsumos e fazem conservação de solo poderão ter desconto em juros de custeio sustentável. O governo federal prorrogou a concessão de desconto de 0,5% nas taxas de juros para produtores rurais com práticas sustentáveis para a nova safra, que começou nesta terça-feira (1º/07) e vai até 30 de junho de 2026. A medida vale para as operações de crédito rural de custeio para médios e grandes produtores. A política de concessão do desconto nos juros de financiamentos de custeio tem gerado divergências entre o Ministério da Agricultura e o Ministério da Fazenda sobre os mecanismos para concessão. A Agricultura quer destravar o desconto e ampliá-lo para maior número de práticas sustentáveis para além dos programas reconhecidos hoje pelo Executivo e do Cadastro Ambiental Rural validado. O ministro Carlos Fávaro reclamou da taxa básica de juros, dizendo que não consegue "compreender" o patamar atual da Selic.
"Com todo o respeito ao Galípolo e à equipe do Banco Central, não consigo compreender. Temos inflação controlada, gastos públicos controlados, crescimento da economia, renda da população crescendo, desemprego caindo e uma Selic de 15%", disse o ministro durante seu discurso na cerimônia de lançamento do Plano Safra para a agricultura empresarial. Segundo Fávaro, a Selic nos valores atuais de 15% pressiona o funding de recursos para crédito rural e faz com que a poupança rural não seja mais atrativa. Em 2024, a Selic era de 10,5% ao ano e hoje está em 15%. São 4,5% a mais que no Plano Safra do ano passado. E ainda assim, com todas essas dificuldades, o aumento da taxa de juros foi de 1,5% a 2% (abaixo da Selic). O governo absorveu o aumento da Selic com a equalização. Mesmo com os “desafios da Selic", o governo entregou um plano com valores recordes. Fávaro reforçou que este é o terceiro Plano Safra seguido com valores recordes, isso já havia acontecido em 2023 e em 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.