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01/Jul/2025

Brasil: economia resiliente em cenário desafiador

Segundo o Bradesco, desde a Segunda Guerra Mundial, o comércio internacional não passava por tantas turbulências. Tudo motivado pelo aumento das tarifas internacionais, capitaneadas pelo republicano Donald Trump, na presidência dos Estados Unidos. É um processo que tem forçado empresas a reorganizarem suas cadeias produtivas, reduzindo a eficiência econômica global. Como a dívida norte-americana também cresce, o dólar perde valor fazendo com que os investidores busquem outras economias. Como o mundo cortando juros, ao contrário do Brasil, a economia nacional acaba se beneficiando. O Real valoriza e ajuda a segurar a inflação. Entre outros motivos, porque as exportações brasileiras dependem mais da China do que dos Estados Unidos. O câmbio no Brasil chegou a R$ 6,30 no fim do ano passado, mas hoje o Real está se apreciando, e poderia estar ainda mais forte. O Real pode chegar perto dos R$ 5,00 no fim do ano. A curva de juros futuro também se beneficia.

A economia real brasileira, portanto, segue resiliente. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superou em 8% as projeções dos analistas nos últimos cinco anos, puxado sobretudo pelo agronegócio. A taxa de desemprego é a menor da série histórica, apesar das diferenças regionais. Essa melhora no mercado de trabalho tem impulsionado o consumo das famílias, que em 2025 deve crescer 4,7% acima da inflação, sustentando setores como o imobiliário, mesmo com a Selic a 15%. A economia real está muito bem. Apesar da boa performance atual, os juros reais elevados devem provocar a desaceleração da economia no País. Com a Selic nesse patamar, é difícil manter o ritmo atual da economia. 61% das empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, não conseguem obter retorno superior ao custo da dívida. Ainda assim, o esfriamento da economia permitirá ao Banco Central reduzir a Selic. A projeção do Bradesco é de que ela chegue a 11,75% em 2026, o que daria algum alívio ao setor produtivo.

Mas, passadas as eleições presidenciais do ano que vem, vem o ano de ajuste. Até mesmo o governo atual, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinaliza que uma reorganização fiscal será inevitável em 2027, sob pena de um estrangulamento total do orçamento. A inflação não está fora de controle, apesar de fora da meta. O Brasil não precisa de medidas radicais, mas sim sinalizar que existe um plano para melhorar o resultado primário. Isso pode ajudar a reconquistar a confiança dos investidores e a derrubar a Selic. Se o Brasil tivesse crescido ao ritmo da economia mundial nos últimos 45 anos, o PIB nacional, hoje, poderia ter dobrado. Se houver uma agenda crível de médio prazo, é possível replicar um cenário como o de 2016, com inflação sob controle e juros baixos. A oportunidade está dada. Neste cenário, o setor imobiliário e o agronegócio tendem a ser os mais beneficiados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.