30/Jun/2025
Depois de duas semanas de trabalho, terminou no dia 26 de junho a Conferência de Bonn, na Alemanha. O evento teve a participação de 188 países e o objetivo de ajudar a preparar a pauta da COP30 que ocorrerá em Belém do Pará, no próximo mês de novembro. Segundo a Coalizão Brasil, entidade que reúne mais de 400 empresas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e representantes do agronegócio brasileiros em prol de uma economia de baixo carbono, competitiva, responsável e inclusiva, Bonn foi uma amostra do que vai acontecer em Belém. Não foram dias fáceis.
O evento aconteceu entre os dias 16 e 26 de junho. Um dos pontos de destaque em Bonn foi o financiamento para a transição. Essa é uma discussão que segue polarizada entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e não há clareza sobre que mecanismos podem ser adotados para que o valor do financiamento chegue a US$ 1,3 trilhão. O embate vem se arrastando nos últimos anos e em Bonn a discussão partiu daquilo que foi tratado na COP29, no ano passado, em Baku, e que envolveu a quantia total do financiamento, forma de entrega e responsabilidade.
Enquanto os países em desenvolvimento pleiteiam US$ 1,3 trilhão e exigem recursos públicos em forma de doações, os países desenvolvidos propõem meta de US$ 300 bilhões anuais de recursos públicos e convidam o setor privado e países emergentes, como a China, a contribuir voluntariamente. Um tema ligado ao financiamento que se desenvolveu fortemente nas duas últimas semanas em Bonn foi o fundo de adaptação às mudanças climáticas. A agenda de justiça climática também teve destaque, porque inclui o debate sobre a transição energética, ou seja, o afastamento dos combustíveis fósseis.
Ainda não há uma clareza sobre como esta proposta será adotada, mas sabe-se que a transição para uma economia de baixo carbono é viável, deve ser equitativa e incluir justiça social. No entanto, o ponto alto de discussão na conferência de Bonn foi a divulgação da quarta carta da presidência da COP30, que trouxe a agenda de ação proposta para o encontro de Belém. Esta agenda é dividida em seis grandes eixos, com trinta ações previstas, trazendo soluções climáticas para temas que vão da agricultura sustentável à logística, passando por transporte, biodiversidade, oceanos e outros itens fundamentais dentro da governança ambiental. Há a preocupação de que uma agenda tão ampla perca o foco.
Na carta, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reforçou a intenção do Brasil de impulsionar o mutirão global contra a mudança do clima com um apelo não apenas às Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), mas também a todos aqueles dispostos a agir decisivamente diante da urgência climática, por meio de uma agenda de ação ambiciosa e integrada na COP30. A Conferência de Bonn é parte das atividades da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Bonn, na Alemanha, é a sede do secretariado da UNFCCC e frequentemente sedia reuniões importantes relacionadas às negociações climáticas globais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.