27/Jun/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,26% em junho, após ter avançado 0,36% em maio. Com o resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,06% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 5,27%, ante taxa de 5,40% até maio. A alta de 0,26% registrada em junho pelo IPCA-15 foi a mais branda desde janeiro de 2025, quando subiu 0,11%. Considerando apenas os meses de junho, o resultado foi o mais baixo para o mês desde 2023, quando subiu 0,04%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses arrefecer pelo segundo mês seguido. Em junho de 2024, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,39%.
Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,02% em junho, após alta de 0,39% em maio. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,00% para o IPCA-15, que subiu 0,26% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,24% em junho, após ter avançado 0,30% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,55%, ante alta de 0,63% em maio. A queda no gasto das famílias brasileiras com alimentação e bebidas em junho sucedeu uma sequência de nove meses consecutivos de altas. A alimentação no domicílio diminuiu 0,24% em junho. Ficaram mais baratos o tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%). Na direção oposta, houve aumentos na cebola (9,54%) e no café moído (2,86%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,55%. A refeição fora de casa subiu 0,60%, e o lanche avançou 0,32%.
Os preços de Transportes subiram 0,06% em junho, após queda de 0,29% em maio. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,01% para o IPCA-15 no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,69% em junho, após avanço de 0,11% no mês anterior. A gasolina caiu 0,52%, após ter registrado alta de 0,14% em maio, enquanto o etanol recuou 1,66% nesta leitura, após alta de 0,54% na última. Após um recuo de 11,18% em maio, as passagens aéreas subiram 0,81% em junho. Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma queda de 0,29% em maio para um aumento de 0,06% em junho, uma contribuição de 0,01% para a taxa de 0,26% de inflação neste mês. Em junho, os combustíveis recuaram 0,69%. Houve quedas nos preços do óleo diesel (-1,74%), etanol (-1,66%), gasolina (-0,52%) e gás veicular (-0,33%). O metrô subiu 1,22%, e o ônibus urbano avançou 1,39%. O táxi teve elevação de 0,21%.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,67% em maio para um aumento de 1,08% em junho, uma contribuição de 0,16% para o IPCA-15 deste mês. A energia elétrica residencial subiu 3,29% em junho, item de maior impacto individual sobre o IPCA-15 do mês, uma contribuição de 0,13%. O resultado é consequência da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100Kwh consumidos. A taxa de água e esgoto subiu 0,94% em junho, impacto de 0,02%. O gás encanado aumentou 0,13%, devido ao reajuste médio de 0,77% no Rio de Janeiro desde 1º de maio.
Os gastos das famílias brasileiras com Vestuário passaram de uma elevação de 0,92% em maio para um aumento de 0,51% em junho, uma contribuição de 0,02% para o IPCA-15 deste mês. Houve pressão dos aumentos nas roupas femininas (0,66%) e nos calçados e acessórios (0,49%) em junho. Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,91% em maio para um aumento de 0,29% em junho, uma contribuição de 0,04% para o IPCA-15) deste mês. Houve pressão dos aumentos nos planos de saúde, avanço de 0,57%. O subitem foi responsável pela segunda maior contribuição individual para a inflação do mês, 0,02%, ao lado de café moído, ônibus urbano, taxa de água e esgoto e refeição fora de casa.
Dois dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em junho. As duas deflações ocorreram em Alimentação e bebidas, queda de 0,02%, uma contribuição nula para a taxa de 0,26% registrada pelo IPCA-15 deste mês, e Educação, com recuo de 0,02% e impacto também zero. Os aumentos foram registrados em Transportes (0,06%, impacto de 0,01%), Artigos de residência (0,11%, impacto de 0,01%), Saúde e cuidados pessoais (0,29%, impacto de 0,04%), Vestuário (0,51%, impacto de 0,02%), Despesas Pessoais (0,19%, impacto de 0,02%), Habitação (1,08%, impacto de 0,16%) e Comunicação (0,02%, impacto zero). O resultado geral do IPCA-15 em junho foi decorrente de altas de preços em 9 das 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Porto Alegre - RS (-0,10%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Recife - PE (0,66%).
O aumento de 3,29% na energia elétrica residencial resultou na maior pressão sobre o IPCA-15 de junho. O subitem respondeu por uma contribuição de 0,13% para a taxa de 0,26% apurada pelo IPCA-15 de junho. Também figuraram no ranking de maiores contribuições sobre o IPCA-15 de junho os subitens café moído (alta de 2,86% e impacto de 0,02%), ônibus urbano (1,39% e 0,02%), taxa de água e esgoto (0,94% e 0,02%), refeição fora de casa (0,60% e 0,02%) e plano de saúde (0,57% e 0,02%). Na direção oposta, a gasolina foi o subitem de maior alívio sobre a inflação de junho, com queda de 0,52% e contribuição de -0,03%. As demais principais influências negativas partiram de arroz (queda de 3,44% e impacto de -0,02%), tomate (-7,24% e -0,02%) e ovo de galinha (-6,95% e -0,02%).
Segundo a Capital Economics, a inflação de 5,27% acumulada pelo IPCA-15 nos 12 meses até junho reforça que o Banco Central deve evitar novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic. O ciclo de cortes provavelmente vai começar na virada do ano. Contanto que os receios fiscais não ressurjam, as taxas devem cair mais rapidamente do que o previsto atualmente. Há "sinais preliminares" de que a pressão inflacionária no núcleo do IPCA-15 chegou a um pico.
O núcleo da inflação de serviços, que remove itens voláteis como passagens aéreas, ficou inalterado em aproximadamente 6,6% neste mês. A inflação deve começar a desacelerar gradualmente em 2026 e, com isso, o Banco Central poderá esperar até o início de 2026 antes de começar a reduzir a Selic. Quando isso acontecer, a Selic pode diminuir mais do que a maioria espera entre 2026 e 2027, embora isso dependa de o governo se abster de grandes estímulos fiscais antes das eleições do ano que vem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.