26/Jun/2025
O dólar fechou esta quarta-feira (25/06) em alta no Brasil, com agentes do mercado aproveitando as cotações ainda baixas para comprar moeda para envio ao exterior na reta final do trimestre, em um dia em que o Banco Central atuou por meio de leilões para melhorar a liquidez. Investidores também se mantiveram atentos à possibilidade de derrubada no Congresso do decreto do IOF editado pelo governo Lula. O dólar fechou em alta de 0,69%, a R$ 5,55. No mês, porém, a divisa acumula baixa de 2,85% e, no ano, recuo de 10,06%. No início da sessão, o destaque foi a intervenção do Banco Central nos negócios, por meio de dois leilões simultâneos: um de venda à vista de US$1 bilhão e outro de swap cambial reverso, também com negociação de US$ 1 bilhão. A operação de swap reverso tem efeito equivalente à compra de dólares no mercado futuro.
Na prática, o Banco Central atuou nas duas pontas, vendendo dólares no mercado à vista e comprando dólares no segmento futuro. A autarquia não esclareceu sua intenção em promover as duas operações, mas profissionais do mercado avaliaram nos últimos dias que a instituição mirava no cupom cambial (a diferença entre a taxa de juros em Reais e a taxa em dólares, muito usada para precificar operações de hedge no mercado de câmbio). A intenção seria reduzir o cupom cambial e diminuir o estresse no mercado de câmbio, perto do fechamento do trimestre. Embora o efeito líquido dos leilões seja nulo, já que o Banco Central vendeu no mercado spot e comprou no futuro uma mesma quantidade de moeda, a melhora da liquidez atendeu os agentes que buscavam dólares para remeter para outros países nesta reta final de trimestre. Sem os leilões, as cotações atingiriam patamares mais elevados. O dia foi marcado pela retirada de recursos do País por parte de investidores estrangeiros e fundos.
Neste cenário, o dólar variou entre uma mínima de R$ 5,51 (-0,14%) e uma máxima de R$ 5,57 (+0,94%). Internamente, também pesava sobre os negócios a possibilidade de a Câmara e o Senado votarem o projeto de decreto legislativo (PDL) que busca derrubar o decreto do governo que trata do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como o decreto em vigor atinge grande parte das operações cambiais, a postura dos agentes era de cautela. No exterior, ao contrário do que se via no Brasil, o dólar cedia ante a maior parte das demais divisas, com investidores ponderando o cessar-fogo entre Israel e Irã e declarações do chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, ao Congresso dos Estados Unidos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,22%, a 97,742. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.