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26/Jun/2025

Guerra comercial e oportunidades do Agronegócio

Segundo a Moody's, as recentes mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos aumentam as vulnerabilidades já existentes na América Latina, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades estratégicas para determinados setores e emissores da região. O agronegócio é um dos setores que devem ganhar com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China. As tarifas dos Estados Unidos criam novas oportunidades para o agronegócio latino-americano, especialmente com o aumento da demanda chinesa por carne bovina, suína e de aves. O setor de mineração e siderurgia da América Latina enfrenta riscos elevados diante de mudanças no comércio e no crescimento econômico global. O minério de ferro e o carvão metalúrgico, usados na produção de aço, são particularmente vulneráveis, dada a forte dependência da demanda chinesa. As tarifas aumentam o risco de queda na demanda por metais básicos, como o cobre, pressionando os preços globais.

Especialmente no Brasil, o redirecionamento dos fluxos comerciais pode elevar as importações de aço, intensificando a pressão sobre os preços domésticos e afetando a rentabilidade de empresas como CSN e Usiminas, enquanto a Gerdau se beneficia de sua produção nos Estados Unidos. Em produtos químicos, papel e celulose, os fabricantes latino-americanos enfrentam excesso de oferta, impulsionado pela expansão da capacidade produtiva da China. Os spreads petroquímicos permanecem fracos, com nova oferta de polietileno e polipropileno da China e dos Estados Unidos. No setor de papel e celulose, Brasil e Chile estão expostos à volatilidade dos preços da matéria-prima. A China, que representa 40% da demanda global de celulose de fibra curta, continua sendo o principal destino das exportações latino-americanas. Empresas brasileiras como Suzano e Eldorado Brasil Celulose mantêm vantagem competitiva com custos de produção inferiores aos de concorrentes globais.

Os produtores de petróleo e gás da América Latina também enfrentam riscos maiores em um mercado bem abastecido até meados de 2026. A queda dos preços e o aumento da produção global reduzem os ganhos do setor. No Brasil, a Petrobras mantém baixos custos de extração e pode ajustar dividendos extraordinários para preservar a geração de caixa, mesmo diante de um programa de investimentos mais amplo. Já os setores mais voltados ao mercado interno, como telecomunicações e companhias aéreas, são mais sensíveis às condições macroeconômicas locais do que às tarifas. O sistema bancário da América Latina, com exceção do México, tem exposição direta limitada aos setores mais vulneráveis. No entanto, o aumento da inflação, das taxas de juros e a desaceleração econômica elevam os riscos para a qualidade dos ativos e a rentabilidade dos bancos. No Brasil, os bancos mantêm negócios relativamente limitados com exportadores, o que reduz sua exposição direta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.